"A situação no terreno está a evoluir muito bem (...) com o exército a ganhar terreno e a ocupar as posições dos rebeldes M23", declarou um dos porta-vozes das forças armadas, o coronel Ndjike Kaiko.
E acrescentou: "Estas áreas foram entregues ao exército de uma forma profissional e de acordo com as normas internacionais".
A contraofensiva das forças de segurança começou na quarta-feira no território Ruthsuru, que faz parte da província do Kivu Norte.
De acordo com Kaiko, alguns rebeldes fugiram das ações do exército congolês, deixando por vezes as suas armas e munições para trás.
Os combates M23 contra posições do exército começaram a 28 de março, após uma série de ataques das forças armadas a campos rebeldes.
Como resultado dos combates, cerca de 46.000 pessoas fugiram das suas casas na semana passada, de acordo com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Além disso, um helicóptero da ONU transportando oito soldados de manutenção da paz da ONU - seis paquistaneses, um russo e um sérvio - foi abatido a 29 de março, matando os ocupantes.
Tanto os rebeldes como o exército congolês acusaram-se um ao outro de dispararem contra o helicóptero.
A M23 foi criada em 2012, quando soldados do exército congolês se levantaram contra a perda do poder do seu líder, Bosco Ntaganda, acusado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) de crimes de guerra e por alegadas violações do acordo de paz de 23 de março de 2009, que dá o seu nome ao movimento.
O grupo exigiu uma renegociação do acordo assinado pela guerrilha congolesa Congrès National pour la Défense du Peuple (CNDP) para a sua integração no exército, a fim de melhorar as suas condições.
O CNDP, constituído principalmente por tutsis (um grupo que sofreu muito com o genocídio ruandês às mãos dos hutus, em 1994), tinha sido formado em 2006 para combater os hutus das Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), que se tinham refugiado nas florestas do Congo após o genocídio ruandês.
Em novembro de 2012, estes rebeldes ocuparam Goma, a capital do Kivu do Norte, durante duas semanas, mas a pressão diplomática forçou-os a retirarem-se e a entrarem em diálogo com o governo congolês.
A ONU acusou então a M23 de ser apoiada financeira e militarmente pelo Ruanda.
Na semana passada, o exército congolês acusou o Ruanda de apoiar a M23, o que Kigali voltou a rejeitar.
O leste da RDCongo está mergulhado em conflito há mais de duas décadas, alimentado por rebeldes e ataques do exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU (MONUSCO), com mais de 14.000 soldados.
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