Plano egípcio para Gaza "aquém das expectativas de Trump"

O plano do Egito para reconstruir a Faixa de Gaza, apoiado pelos países árabes, é um "primeiro passo" mas "fica aquém das expectativas" do Presidente norte-americano Donald Trump, frisou hoje a diplomacia dos Estados Unidos.

Notícia

© Chip Somodevilla/Reuters

Lusa
06/03/2025 22:34 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O plano "não cumpre os requisitos nem a natureza do que o presidente Trump pediu", destacou a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, em declarações aos jornalistas quando questionada sobre a proposta.

 

"Quanto ao plano árabe via Egito (...), não corresponde às expectativas", acrescentou.

Anteriormente, o enviado dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, tinha considerado o plano apoiado pelos árabes era "um primeiro passo de boa-fé".

"Tem muitas características convincentes. Precisamos de discutir mais sobre isso, mas é um primeiro passo de boa-fé por parte dos egípcios", apontou Witkoff aos jornalistas.

Steve Witkoff celebrou o facto de Donald Trump ter conseguido "encorajar outras pessoas no Médio Oriente a apresentarem propostas proativas sobre o que poderíamos considerar".

Reunidos no Cairo na terça-feira, os líderes árabes adotaram um plano para a reconstrução de Gaza que efetivamente marginaliza o Hamas e prevê o regresso da Autoridade Palestiniana, expulsa do território em 2007 pelo movimento islamita.

Mas Israel, que também descarta qualquer papel futuro em Gaza para a Autoridade Palestiniana, sediada na Cisjordânia ocupada, rejeitou a proposta.

O plano, diz o Egito, garante que os residentes de Gaza permaneçam nas suas terras, uma resposta ao plano do chefe de Estado norte-americano Donald Trump, de os expulsar para o Egito e para a Jordânia para transformar o território na "Riviera do Médio Oriente".

Numa escalada verbal, o Presidente norte-americano lançou na quarta-feira um "aviso final" ao Hamas, ordenando que libertasse os reféns, caso contrário o "povo de Gaza" corre o risco de "morrer", no mesmo dia em que Washington confirmou ter tido contactos diretos com o movimento islamista palestiniano.

O enviado dos EUA sugeriu que esta ameaça se poderia traduzir numa ação conjunta contra o Hamas.

"Penso que haverá ação. Poderá ser realizada em conjunto com os israelitas", apontou.

"Não é claro agora, mas penso que o Hamas tem a oportunidade de agir de forma razoável, fazer a coisa certa e depois sair. Não fará parte de um governo lá", acrescentou.

Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 37 dos quais entretanto declarados mortos pelo Exército israelita.

A guerra fez, até 19 de janeiro -- data da entrada em vigor de um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza -, pelo menos 48.208 mortos (cerca de 2% da população), entre os quais quase 18.000 crianças, e quase 111.000 feridos, além de cerca de 11.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças e infeções, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Um acordo de cessar-fogo, negociado com a mediação do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos e cuja primeira fase entrou em vigor a 19 de janeiro, terminou à meia-noite de 28 de fevereiro sem acordo sobre a sua continuação.

Nessa primeira fase, que durou 42 dias, foram libertados 33 reféns israelitas (oito dos quais mortos) em troca de 1.800 prisioneiros palestinianos.

Fontes oficiosas estimam que 59 reféns continuam em cativeiro na Faixa de Gaza, 35 dos quais Israel suspeita que estejam mortos.

Leia Também: Trump expande isenção de tarifas para alguns produtos canadianos

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas