O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, falou aos jornalistas, esta quinta-feira, após uma reunião com os homólogos da NATO. Na intervenção revelou que o seu país vai receber mais armas da Aliança, mas que as negociações estão ainda em curso, sem previsão para quando possam chegar.
"Ou nos ajudam agora - e estou a falar de dias, não semanas - ou a ajuda vai chegar tarde demais e muitos morrerão", referiu.
Acusou ainda os aliados de "agir apenas após tragédias como Bucha ocorrerem" e considerou as sanções existentes "insuficientes", apelando à proibição das importações de petróleo e gás, que estão a apoiar a "máquina de guerra" russa.
"Quantas Buchas têm de acontecer para imporem mais sanções?", questionou Kuleba, salientando que o massacre de civis naquela cidade é apenas "a ponta do icebergue" e que a situação em Mariupol é "muito pior em todos os aspetos".
Por fim, anunciou que “a batalha de Donbass vai lembrar a Segunda Guerra Mundial, com grandes operações, manobras, envolvimento de milhares de tanques, veículos blindados, aviões, artilharia. Esta não será uma operação local com base no que vemos nos preparativos da Rússia”.
“A Rússia tem o seu plano, nós temos o nosso, e o campo de batalha decidirá o resultado”, concluiu.
Recorde-se que a Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU.
Entretanto, invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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