Um aumento que não lhe permite, contudo, atingir a meta de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) solicitada pela NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte).
"Estamos agora a gastar mais com a Defesa do que tínhamos previsto antes da invasão russa da Ucrânia", defendeu a ministra das Finanças canadiana, Chrystia Freeland, em conferência de imprensa, acrescentando que esta situação constitui "a ameaça mais grave do mundo na atualidade".
Tal quantia servirá para melhorar o equipamento das Forças Armadas, reforçar as contribuições do Canadá para os seus principais aliados, entre os quais os da NATO e do Comando da Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD), e reforçar a cibersegurança do país, explicou o Governo em comunicado.
Após dois anos de pandemia de covid-19 marcados por despesas excecionais do Estado canadiano, Otava planeia, todavia, fechar globalmente os cordões à bolsa.
O país reviu também em baixa a sua previsão de crescimento para 2022, fixando-a em 3,9%, em vez dos 4,2% anunciados no outono.
O orçamento para 2022, o primeiro desde a reeleição de Justin Trudeau como primeiro-ministro, nas legislativas de setembro passado, prevê igualmente investimentos significativos na habitação, num país onde a inflação está a atingir níveis nunca vistos nos últimos 30 anos.
Será, por exemplo, proibido aos investidores estrangeiros comprar casa no Canadá durante dois anos.
O país, que prevê um défice orçamental de 113,8 mil milhões de dólares (104,5 mil milhões de euros) em 2021-2022, deverá atrair mais investimento estrangeiro para permanecer competitivo, considera o Governo.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,3 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 43.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a organização confirmou hoje pelo menos 1.611 mortos, incluindo 131 crianças, e 2.227 feridos entre a população civil.
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