Apontando que, na quinta-feira, a Assembleia-Geral das Nações Unidas adotou, "por uma margem muito clara", uma resolução para suspender os direitos de membro da Federação Russa no Conselho dos Direitos Humanos, o Alto Representante da UE para a Política Externa defende, em comunicado, que "esta suspensão é necessária para defender a integridade" daquele órgão.
Segundo Borrell, a resolução, que "expressa sérias preocupações com a crise dos direitos humanos e humanitária em curso na Ucrânia, particularmente com os relatos de violações graves e sistemáticas dos direitos humanos e do direito humanitário internacional por parte da Federação Russa", reforça a autoridade da Assembleia-Geral da ONU "e demonstra a prontidão da comunidade internacional para agir".
"A escala e a gravidade das violações da Rússia do direito internacional dos direitos humanos e do direito humanitário internacional exigem uma resposta internacional forte e unida. A última votação na Assembleia-Geral da ONU mostra a clara determinação da comunidade internacional em responsabilizar a Rússia", diz o representante, acrescentando que é também "uma poderosa demonstração de solidariedade para com o povo da Ucrânia e todas as outras pessoas afetadas pela guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia".
Josep Borrell conclui o comunicado defendendo que "é tempo de o Governo russo ouvir a voz da Assembleia-Geral da ONU e os apelos do secretário-geral [António Guterres] e de todas as pessoas em todo o mundo para pôr fim a esta guerra e pôr imediatamente cobro ao sofrimento humano sem sentido".
A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou na quinta-feira uma resolução que suspende a Rússia do Conselho de Direitos Humanos devido a alegados crimes de guerra e crimes contra humanidade na Ucrânia.
A resolução, apresentada pelos Estados Unidos da América (EUA) e apoiada pela Ucrânia e outros aliados, obteve 93 votos a favor, 24 contra e 58 abstenções entre os 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas.
Votaram contra o texto países como a Rússia, Bielorrússia, China, Cuba, Síria, Coreia do Norte, Nicarágua ou Irão, e entre os países que se abstiveram estão Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Índia ou México.
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