"As vendas de carvão, à medida que a Europa deixar o comprar, o que está calendarizado pelo que sei, serão reorientadas para mercados alternativos", explicou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, numa conferência de imprensa.
Sublinhou que, " o carvão continua a ser uma mercadoria altamente procurada", deixando a ideia de que a Rússia não espera ter grandes dificuldades em encontrar novos mercados ou em expandir os existentes fora do continente europeu.
Na quinta-feira, o vice-primeiro-ministro russo Alexandr Novak tinha anunciado que as exportações poderiam ser redirecionadas para a região Ásia-Pacífico e advertiu que há países europeus que têm uma dependência significativa do carvão russo e aos quais será difícil abdicar do fornecimento russo.
O Conselho da União Europeia adotou hoje o quinto pacote de sanções à Rússia pela sua contínua agressão militar contra a Ucrânia e "atrocidades" cometidas pelo exército russo, que contempla a proibição de importação de carvão, a partir de agosto, além de outras sanções.
Segundo os cálculos de Bruxelas, a proibição de importar carvão russo privará os cofres russos de 4.000 milhões de euros por ano.
A Rússia é o principal fornecedor de energia da União Europeia, que lhe compra 46,7% do carvão que utiliza, 40% do gás natural e 27% do petróleo.
Os dois últimos combustíveis ficaram de fora do novo pacote de sanções da EU à Rússia, apesar de terem um maior impacto económico: dos 99 mil milhões de euros que os 27 pagaram a Moscovo pela energia importada no ano passado, 74 mil milhões foram para o petróleo, 17,3 mil milhões para o gás e 5,4 mil milhões para o carvão.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que que condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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