"Nada está decidido" para a segunda volta, disse Macron, lembrando que o resultado final das eleições presidenciais "será decisivo para a França e para a Europa" e elogiando a "clareza relativamente à extrema-direita", referindo-se à candidata Marine Le Pen, que ficou em segundo lugar, de acordo com sondagens à boca das urnas.
"A vossa confiança honra-me e compromete-me (...) Não vamos errar", disse Macron, mostrando-se disponível para encontrar novas soluções para "unir convicções e sensibilidades", de forma a conseguir uma vitória na segunda volta, que se realizará em 24 de abril.
Na Porta de Versalhes -- o mesmo local onde celebrou a passagem à segunda volta em 2017, também com a candidata da União Nacional (extrema-direita, Marine Le Pen - o chefe de Estado francês cessante pediu para que os eleitores não poupem esforços e prometeu fazer o mesmo para renovar o seu mandato.
Macron disse que o seu projeto é "o único" que pode ajudar a restabelecer o poder de compra e dos trabalhadores e lutar contra a pobreza.
"Quero chegar a todos aqueles que querem trabalhar pela França. (...) Quero convencê-los nos próximos dias de que o nosso projeto responde mais solidamente do que o da extrema-direita aos medos e desafios dos tempos", acrescentou.
O líder francês - que passou a noite eleitoral ao lado da sua mulher, Brigitte - disse que quer uma França "que supere o desafio climático e ecológico" e que se oponha ao "separatismo islâmico".
Sem qualquer triunfalismo no discurso, Macron agradeceu à maioria dos derrotados o pedido de voto a seu favor na segunda volta e disse estar ciente de que esse aval não implica um apoio direto ao seu programa.
"Alguns vão votar em mim para travar a extrema-direita. Eu sei que não vão apoiar o projeto que represento. E respeito isso", sublinhou o Presidente em exercício.
Alguns dos candidatos de esquerda - Anne Hidalgo (socialista), Yannick Jadot (ecologista), Fabien Roussel (Partido comunista) e Philippe Poutu (operário e sindicalista) - à primeira volta das presidenciais francesas apelaram ao voto em Emmanuel Macron na segunda volta, para travar Le Pen. O mesmo fez a candidata da direita moderada, Valérie Pécresse.
No dilema entre optar por dar o voto a Macron ou abster-se, o candidato de esquerda radical Jean-Luc Mélenchon, terceiro classificado nesta primeira volta das presidenciais, deixa os seus apoiantes agirem de acordo com a sua "consciência", tendo-lhes pedido para não darem "um único voto a Marine Le Pen".
Cerca de 48,7 milhões de eleitores franceses foram hoje chamados às urnas para a primeira volta das eleições presidenciais, à qual se apresentaram 12 candidatos.
[Notícia atualizada às 22h26]