Lançada primeira redação composta unicamente por mulheres na Somália

O órgão de comunicação tem como objetivo publicar notícias e conteúdos sobre violência de género e direitos das mulheres no país.

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Notícias ao Minuto
11/04/2022 08:42 ‧ 11/04/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Somália

Nasceu na Somália o Bilan Project, o primeiro órgão de comunicação social composto unicamente por mulheres, criado com o propósito de combater a discriminação de género num país onde a pobreza e a falta de estabilidade política têm dificultado a luta pelos direitos das mulheres.

Liderado por Nasrin Mohamed Ahmed, fundadora da Organização das Mulheres Jornalistas Somali e uma das poucas jornalistas mulheres (até agora no país), e financiado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o projeto terá seis jornalistas a tempo inteiro, a criar conteúdos para televisão, rádio e meios digitais.

Em entrevista ao The Guardian, a editora-executiva explicou que o órgão vai procurar mudar mentalidades e alertar para a violência de género na Somália, mas também para questões positivas, como mulheres no mundo empresarial e na política, de forma a "desafiar as crenças sociais de que as mulheres devem ficar em casa".

"Não quero saber se os homens estão interessados nas nossas peças ou não. Eles já estão bem servidos por centenas de outros órgãos de comunicação somali se os seus únicos interesses são a política e a interminável e inconsequente birra que ela envolve", afirmou Nasrin Mohamed Ahmed, num artigo de opinião no jornal britânico The Guardian.

O Bilan Project é financiado Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, cuja representante na Somália disse ao mesmo jornal que o objetivo é transportar a ideia para outras regiões do país e dar mais oportunidades às mulheres no mercado de trabalho e na comunicação.

Nasrin Mohamed Ahmed, de 27 anos, esclarece que as seis jornalistas terão toda a autonomia para decidir o rumo da organização e que o maior desafio no jornalismo somali, até agora, é a aceitação geral do assédio sexual nos órgãos de comunicação. "O maior desafio para as mulheres jornalistas é o abuso, especialmente por homens jornalistas. Oferecem ajuda, mas apenas se receberem algo de volta", afirma.

O Bilan Project está também inserido num dos maiores grupos de média da Somália, na capital de Mogadíscio. As jornalistas - que incluem mulheres que viveram em campos de refugiados ou que nunca puderam sair de casa -contarão com o apoio de jornalistas da BBC, Channel 4 e Al Jazeera, e oferecerá estágios profissionais a alunas das duas universidades da capital.

Leia Também: Unicef lança alerta para a fome na Somália que ameaça crianças

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