Os dois agentes da polícia de Buffalo, nos Estados Unidos, que empurraram um homem de 75 anos durante uma manifestação antirracista foram ilibados, depois do tribunal considerar que estes não tiveram outra opção.
Martin Gugino estava nas ruas de Buffalo a protestar contra a discriminação racial nos EUA e a violência policial em 2020, poucos dias depois da morte de George Floyd. Num vídeo que gerou muito indignação nas redes sociais, Gugino, de 75 anos, foi visto a falar com dois polícias e a apontaram para o material de proteção, quando os dois o empurram com força.
O homem caiu no chão e rachou a cabeça, com as imagens perturbantes a mostrarem o sangue a sair da sua nuca enquanto os agentes seguiram em frente. Gugino passou um mês internado no hospital, devido a uma lesão cerebral.
O tribunal considerou que os dois polícias, Aaron Torgalski e Robert McCabe, não violaram leis sobre o uso de força por forças de segurança. "Depois de uma revisão, não há provas que sustentem o argumento de que os respondentes (os dois polícias) tivessem qualquer outra opção viável além de mover Gugino para fora do seu movimento em frente", disse o tribunal.
O juiz, Jeffrey Selchick, afirmou ainda na sua decisão que o uso de força foi justificado pela falta de obediência por parte de Martin Gugino. Na altura, Gugino e outros ativistas afirmaram que este apenas se dirigiu aos agentes para falar sobre o direito de manifestação e discriminação racial.
Esta não será, no entanto, a última página no incidente. Martin Gugino ainda têm um processo contra a cidade por lesões infligidas pelos dois polícias e, segundo o Buffalo News, citado pelo The Guardian, os dois processos não estão diretamente relacionados.
Quanto a Aaron Torgalski e Robert McCabe, os dois agentes foram suspensos sem vencimento e chegaram a ser detidos. Mas esta segunda-feira, os dois voltarão ao ativo, segundo anunciou o comissário da polícia da cidade ao Buffalo News.
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