Envolta em controvérsia por férias após cheias, ministra alemã demite-se
Apesar do pedido de desculpas deste domingo, a ministra acabou por renunciar ao cargo devido à "pressão política".
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Mundo Alemanha
A ministra alemã da Família, Mulher e Juventude, Anne Spiegel, renunciou esta segunda-feira ao cargo, depois de se ter visto envolvida num escândalo político por ter ido de férias pouco depois das inundações que mataram mais de 100 pessoas no verão passado, em Renânia-Palatinado, onde era vice-governadora.
Spiegel, membro dos Verdes alemães, é a primeira a abandonar o executivo do chanceler Olaf Scholz, devido à “pressão política” exercida sobre si.
“Hoje, devido à pressão política, decidi abandonar o Ministério da Família, Mulher e Juventude”, disse a responsável, em comunicado citado pela Reuters. “Estou a fazê-lo para evitar consequências negativas no Ministério, que está a enfrentar grandes desafios políticos”, complementou.
A ministra pediu desculpas este domingo pelas férias de quatro semanas em França, gozadas pouco depois das inundações de julho de 2021, que provocaram mais de 180 mortos na Alemanha – 134 dos quais em Renânia-Palatinado, uma das regiões mais afetadas pelo fenómeno natural, onde era vice-governadora.
“Foi um erro termos ido de férias durante tanto tempo, e peço desculpa”, disse. Ainda assim, a responsável justificou que os filhos não lidaram bem com o isolamento social devido à pandemia da Covid-19 e que o marido precisava de relaxar, depois de ter sofrido um acidente vascular cerebral, adianta a Associated Press.
Omid Nouripour, um dos líderes do partido de Spiegel, considerou tratar-se da “decisão correta, por mais difícil que tenha sido”, garantindo que um sucessor será nomeado “muito em breve”.
Na semana passada, Ursula Heinen-Esser, ministra do Ambiente de Renânia do Norte-Vestfália, outro dos estados mais afetados pelas inundações, também se demitiu, depois de ter sido revelado que interrompeu “brevemente” as férias na ilha espanhola de Maiorca no momento do desastre natural.
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