"Para evitar que a situação se agrave ainda mais e chegar a um cessar-fogo para pôr fim à invasão o mais rápidamente possível, é necessário adotar sanções severas", disse, numa conferência de imprensa, o porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno.
"Atos hediondos e desumanos estão a ser revelados não apenas em Bucha, mas também em muitos outros lugares. A morte de civis inocentes viola o direito internacional e é um crime de guerra", disse Matsuno.
O Japão adicionou Ekaterina Tikhonova e Maria Vorontsova, filhas de Putin, e Maria Lavrova e Ekaterina Lavrova, mulher e filha, respetivamente, do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, a uma lista que já conta 499 indivíduos.
A maioria dos indivíduos incluídos na lista está ligado à Duma, câmara baixa do Parlamento russo, e às forças militares da Federação Russa.
Tóquio decidiu também adotar sanções adicionais contra 28 empresas e organizações russas, incluindo os bancos Sberbank e Alfa Bank. As sanções nipónicas abrangem atualmente um total de 47 entidades.
Desde o início do conflito que o Japão tem imposto sanções a entidades e cidadãos russos e bielorrussos, incluindo o Presidente da Bielorrússia, Alexandre Lukashenko.
As medidas punitivas também afetam as exportações de produtos japoneses com potencial uso militar ou de artigos de luxo para a Rússia, as importações russas de certos produtos e as transações com moedas virtuais.
Em 08 de abril, o primeiro-ministro nipónico, Fumio Kishida, anunciou que Japão iria renunciar à compra de carvão russo e expulsar oito diplomatas russos, na sequência de alegações de massacres de civis por tropas russas na região de Kyiv.
Também os Estados Unidos, o Reino Unido e a União Europeia já tinham anunciado, na semana passada, sanções contra as duas filhas de Putin.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.842 civis, incluindo 148 crianças, e feriu 2.493, entre os quais 233 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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