Presidente do México rejeita criticas da ONU sobre desaparecimentos

O Presidente do México, Andrés López Obrador, rejeitou hoje críticas das Nações Unidas sobre desaparecimentos forçados, expressas num relatório divulgado terça-feira, e defendeu a estratégia de segurança do país.

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Lusa
13/04/2022 17:31 ‧ 13/04/2022 por Lusa

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México

As Nações Unidas, num relatório do Comité contra os Desaparecimentos Forçados, apelaram ao México para que tome "medidas imediatas" face à "tendência alarmante de subida dos desaparecimentos forçados" com "impunidade absoluta" dos sequestradores.

No relatório, feito no final de uma visita ao México, os especialistas da ONU referem-se a uma "tragédia humana" que afeta mais de 95.000 pessoas e apontam o crime organizado como principal causa destes desaparecimentos, "com diferentes graus de participação, aquiescência ou omissão de funcionários públicos".

López Obrador respondeu defendendo que a estratégia atual é a correta e considerou que o "plano de busca" dos desaparecidos é "o melhor do mundo em termos de profissionalismo, trabalho e, algo que é muito importante, em termos de honestidade".

"Não há certamente nenhuma impunidade (...) não permitimos a corrupção", sublinhou.

O Comité das Nações Unidas exortou também o Governo mexicano a abandonar a sua estratégia de militarização da segurança pública, uma vez que é inadequada na proteção dos direitos humanos.

Questionado sobre este aspeto, o Presidente do México foi ainda mais crítico.

"Eles não têm, com todo o respeito, toda a informação. Não estão a agir com conhecimento da verdade. Já não é o tempo anterior em que o Exército foi usado para reprimir ou acabar com feridos", assegurou, aludindo aos "abusos cometidos, crimes de Estado, durante o período neoliberal".

De acordo com o Registo Nacional de Pessoas Desaparecidas, o México contabilizou 98.945 pessoas desaparecidas e não localizadas desde 1964 -- quando os registos começaram -- e até à data.

Os desaparecimentos começaram no México com a "guerra suja" das autoridades contra os movimentos revolucionários dos anos 60 a 80.

O número cresceu de novo a partir dos anos 2000, com o aumento da atividade dos narcotraficantes e a guerra que o ex-Presidente Felipe Calderon (2006-2012) declarou aos cartéis em 2006.

Leia Também: Direitos Humanos. EUA denunciam generalização das infrações na RDCongo

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