"Estamos plenamente conscientes de que não seremos perdoados" pelo ataque ao Moskva, afirmou, em conferência de imprensa, a porta-voz do comando militar da região sul da Ucrânia, Natalia Goumeniouk, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Goumeniouk referiu que o ataque ao Moskva, que se afundou na quinta-feira no Mar Negro depois de ter sido atacado pela Ucrânia com mísseis Neptuno, "não atingiu apenas o navio, atingiu as ambições imperiais do inimigo".
"Vimos navios a tentarem ajudar o Moskva, mas até as forças da natureza estavam do lado da Ucrânia, uma tempestade impediu que o navio fosse salvo e que a tripulação fosse resgatada", explicou a militar.
A responsável disse contudo não estar em condições de dar pormenores sobre o que ocorreu com a tripulação por falta de "dados fiáveis".
Na quinta-feira, o Ministério da Defesa russo afirmou que a tripulação, composta por mais de 500 pessoas, tinha sido "resgatada para outros navios da Frota do Mar Negro que estavam nas proximidades", sem especificar se houve baixas.
Moscovo também não confirmou o ataque ucraniano, tendo apenas referido que um incêndio deflagrou a bordo do navio, que tem 186 metros de comprimento, causando a explosão de munições.
O Moskva acabou por se afundar enquanto era rebocado para o porto mais próximo.
Do lado da Ucrânia, explicou Goumeniouk, espera-se retaliação por parte da Rússia, que ainda na quinta-feira atingiu uma fábrica de armas a sudoeste da capital ucraniana, onde estariam a ser produzidos mísseis Neptuno, e ameaçou intensificar os ataques contra Kiev.
"Estamos conscientes de que os ataques contra nós irão intensificar-se, que o inimigo se vingará, que haverá ataques de mísseis e bombardeamentos de artilharia. Estamos prontos, iremos ripostar", garantiu.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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