De acordo com o governador de Lviv, pelo menos sete pessoas foram mortas nos ataques, que causaram também "11 feridos, incluindo uma criança". Três dos feridos encontram-se "em estado grave", adiantou.
Em quase dois meses de conflito, a região de Lviv apenas registou ataques esporádicos e tornou-se no refúgio de numerosos civis, em fuga dos intensos combates noutras zonas do país.
A cidade também se tornou numa importante região de passagem de diversos tipos de armamento fornecido pela NATO a Kyiv e de combatentes estrangeiros que se têm juntado à causa ucraniana.
O governador de Lviv, Maksym Kozytskyy, disse que os ataques de mísseis russos atingiam três infraestruturas militares e uma oficina de automóveis. As equipas de emergência estão a tentar combater os incêndios provocados pelo ataque.
Lviv é a maior cidade do oeste da Ucrânia e um importante eixo de transportes, situando-se a apenas 80 quilómetros da Polónia, um Estado-membro da NATO.
A Rússia tem protestado fortemente face ao crescente fluxo de armamento ocidental em direção à Ucrânia, e na semana passada o Ministério dos Negócios Estrangeiros emitiu uma nota de protesto dirigida aos Estados Unidos e aos seus aliados.
Em diversos 'media' estatais russos, vários comentadores têm considerado que este fornecimento de armas constitui um envolvimento direto do ocidente na guerra contra a Rússia.
Lviv também tem constituído um local relativamente seguro para os idosos, mães e crianças que tentam escapar à guerra. Mas, segundo o presidente da câmara da cidade, Andriy Sadovyi, um hotel que acolhia deslocados de outras regiões do país também ficou gravemente danificado durante os ataques.
Uma potente explosão atingiu igualmente Vasylkiv, uma cidade a sul da capital, Kyiv, e onde se situa uma base militar aérea, de acordo com residentes locais citados pela agência noticiosa Associated Press (AP).
Os analistas militares referiram que a Rússia está a aumentar os seus ataques a fábricas de armamento, linhas de caminho de ferro e outras infraestruturas ao longo de todo o país para enfraquecer a capacidade da Ucrânia em resistir à anunciada ofensiva na região do Donbass, a zona industrial do leste com maioria de população russófona.
As Forças Armadas russas indicaram que os seus mísseis atingiram no domingo mais de 20 alvos militares no leste e centro da Ucrânia, incluindo depósitos de munições, centros de comando e grupos de tropas e veículos.
Adiantaram que a sua artilharia atingiu outros 315 alvos e que a aviação efetuou 108 ataques contra tropas e equipamento militar ucraniano. Estas informações não puderam ser confirmadas de forma independente, precisou a AP.
No fim de semana, a Rússia também reivindicou a destruição de equipamento de radar da defesa aérea ucraniana.
A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de cerca de 12 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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