Partygate. Boris Johnson pede as "mais sinceras desculpas" ao parlamento

O primeiro-ministro britânico foi notificado pela Polícia Metropolitana de Londres, no passado dia 12 de abril, por causa de um “evento em Downing Street a 19 de junho de 2020”, durante o primeiro confinamento.

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© Dan Kitwood/Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues com Lusa
19/04/2022 18:34 ‧ 19/04/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues com Lusa

Mundo

Reino Unido

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, pediu novamente desculpas pelo escândalo em que esteve envolvido sobre festas ilegais realizadas em Downing Street durante a pandemia de Covid-19, o ‘Partygate’.

Durante uma intervenção, esta terça-feira, na Câmara dos Comuns, o governante britânico lembrou que foi notificado pela Polícia Metropolitana de Londres, no passado dia 12 de abril, por causa de um “evento em Downing Street a 19 de junho de 2020”.

“Paguei a multa imediatamente e ofereci ao povo britânico um pedido de desculpas completo, e aproveito esta oportunidade, no primeiro dia de sessão disponível, para repetir minhas sinceras desculpas à Câmara”, afirmou.

Boris disse ainda que quando recebeu a notificação, conseguiu reconhecer a “mágoa e a raiva” e sublinhou que “as pessoas tinham o direito de esperar mais do seu primeiro-ministro”.

Sobre ter afirmado também na Câmara dos Comuns, no início do ano, que acreditou “implicitamente” que a festa “era um evento de trabalho”, o governante reiterou: “Deixem-me dizer, não como desculpa, mas porque explica as minhas palavras prévias a esta Câmara, de que não me ocorreu, na altura ou posteriormente, que uma reunião na sala do governo, antes de uma reunião vital sobre a estratégia Covid, podia estar a quebrar as regras”. 

“Repito: esse foi o meu erro e peço desculpas por isso sem reservas”, reiterou. “Respeito o resultado da investigação policial, que ainda está a decorrer, e só posso dizer que vou respeitar a sua decisão e tomar as medidas apropriadas. Como a Câmara sabe, já tomei passos significativos para mudar a forma como as coisas funcionam no número 10”.

"É precisamente porque sei que tantas pessoas estão com raiva e desapontadas que eu sinto um sentimento ainda maior de obrigação de cumprir as prioridades do povo britânico e responder (...) ao ataque bárbaro de [Vladimir] Putin contra a Ucrânia", acrescentou. 

Prometeu também lidar com as "réplicas económicas da covid e da agressão russa", que está a causar o aumento dos preços da energia e bens de consumo. 

Porém, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, acusou Johnson de apresentar um "novo conjunto de distrações e distorções" para evitar a demissão.

"O mal já está feito, o povo já decidiu, eles não acreditam numa única palavra que o primeiro-ministro diz, eles sabem o que ele é", declarou Starmer, acusando Johnson de ser "desonesto", palavra que retirou após as reclamações e a intervenção do presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle.

Starmer exortou os deputados conservadores a atuarem de forma a "trazer decência, honestidade e integridade de volta à política e impedir a difamação de tudo o que este país representa".

O conservador Mark Harper, um antigo membro do Governo de David Cameron, destacou-se ao confirmar que iria subscrever uma moção de censura, considerando que Johnson "já não é digno do grande cargo que ocupa". 

Mas a maioria dos restantes 'tories' mantiveram a confiança no líder. 

Sublinhe-se que o parlamento britânico irá decidir na quinta-feira se o primeiro-ministro deve ser investigado por ter alegadamente mentido aos deputados sobre as "festas" que violaram as restrições da pandemia Covid-19.

Leia Também: 'Partygate'. Boris Johnson pode receber mais três multas

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