"Quando as pessoas dizem que a ofensiva começou, é isso que referem", disse um alto responsável do Departamento da Defesa dos Estados Unidos.
O responsável indicou que as tropas russas estão a tomar medidas para aumentar a sua capacidade para realizar operações de combate no Donbass e para "se preparar para aquilo que acreditamos serão maiores ofensivas no futuro".
Os Estados Unidos estimam que o exército russo perdeu cerca de 25% do poder de combate que enviou para a Ucrânia no início da guerra e, por isso, estão a reequipar unidades de combate terrestre para enviar para território ucraniano.
A mesma fonte do Pentágono precisou que os russos juntaram ao seu contingente mais dois grupos de batalhões táticos nas últimas 24 horas, somando agora um total de 78, em vez dos 65 da semana passada.
Entretanto, a cidade portuária de Mariupol, cercada pelas tropas russas desde o início de março, é ainda palco de combates de rua, afirmou hoje o governador da região numa entrevista à estação televisiva norte-americana CNN.
"Há combates em curso em Mariupol. São combates de rua e não são apenas com armas ligeiras, mas também batalhas de tanques nas ruas da cidade", declarou Pavlo Kyrylenko, governador da região de Donetsk.
As zonas onde estão concentrados os combatentes ucranianos, a começar pela zona do complexo metalúrgico Azovstal, "estão sob bombardeamento pesado, mas as defesas estão aguentar-se", prosseguiu Kyrylenko.
A tomada de Mariupol permitiria aos russos consolidar os seus ganhos territoriais costeiros ao longo do mar de Azov, ligando a região do Donbass, em parte controlada por separatistas pró-russos, à península da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 55.º dia, já matou mais de 2.000 civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito mais elevado.
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