México nacionaliza explorações de lítio
O parlamento mexicano aprovou na terça-feira a nacionalização da futura exploração do lítio no país, onde, segundo peritos, não são ainda conhecidas as verdadeiras reservas deste mineral, essencial para as baterias elétricas.
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Mundo Reservas
A maioria do partido do Presidente Andrés Manuel Lopez Obrador aprovou no Senado uma lei que proíbe qualquer nova concessão mineira de lítio, que foi declarado "património da nação".
O presidente do Senado, Ricardo Monreal, e o partido que apoia o governo, o Movimento para a Regeneração Nacional (Morena), saudaram a votação, e falaram num "dia histórico" para o México.
A lei já tinha sido aprovada no dia anterior na Câmara dos Deputados.
Entre as duas votações, o chefe de Estado disse que o seu governo iria "rever" as concessões já aprovadas, numa referência aos 150.000 hectares concedidos pelo antecessor, Enrique Peña Nieto (2012-2018).
Uma empresa de capitais chineses, Bacanora, indica no seu 'site' que possui "dez concessões mineiras", cobrindo "cerca de 100.000 hectares" no estado norte de Sonora, e menciona um depósito de 8,8 milhões de toneladas.
"Ainda não há informação sobre a quantidade de lítio que existe. Não é certo que tenhamos um volume de lítio do qual possamos beneficiar", disse Jaime Gutiérrez, presidente da Câmara Mexicana de Minas, frisando que a reforma "não era necessária" e que criou "muita incerteza" para os investidores no setor mineiro.
Austrália, Chile, Argentina e China são os principais produtores de lítio do mundo. A Austrália terá produzido pelo menos 42.000 toneladas em 2019, de acordo com estatísticas da indústria.
Em Portugal, o Ministério do Ambiente e Ação Climática anunciou em fevereiro que uma avaliação ambiental viabilizou a pesquisa e prospeção de lítio em seis zonas, apesar da oposição de movimentos cívicos.
A votação sobre a lei do lítio no México chega dois dias depois de o Presidente ter sido derrotado numa votação na Câmara dos Deputados sobre política energética.
Os deputados rejeitaram uma proposta de reforma constitucional para reforçar o setor público no mercado da eletricidade.
Com 275 votos, o partido Morena e os seus aliados não reuniram qualquer outro apoio para alcançar o limiar da maioria qualificada de dois terços (334).
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