Presidente da Nova Caledónia: regresso dos não independentistas ao poder

O novo governo da Nova Caledónia, um arquipélago francês mergulhado numa profunda crise política, nomeou hoje o seu presidente, Alcide Ponga, marcando o regresso ao poder dos não independentistas, após mais de três anos de liderança pró-independência.

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Lusa
08/01/2025 13:12 ‧ há 16 horas por Lusa

Mundo

Nova Caledónia

Depois de uma primeira tentativa falhada na terça-feira, os 11 membros do governo voltaram a reunir-se hoje, dando a maioria - seis votos - a Ponga.

 

O seu rival Samuel Hnepeune obteve três dos cinco votos pró-independência, tendo a União Nacional para a Independência, que tem dois lugares, optado pela abstenção.

Alcide Ponga, 49 anos, vem de uma família Kanak não independentista.

Presidente da câmara da pequena comuna mineira de Kouaoua, desde 2014, é presidente do movimento de direita A União-Os Republicanos desde abril passando, sendo o primeiro Kanak, o povo indígena, a ocupar este cargo.

Licenciado em ciências políticas, Ponga fez a sua carreira na indústria mineira, atualmente em grandes dificuldades, mas que continua a ser a principal fonte de emprego privado no arquipélago.

Sucede ao pró-independência Louis Mapou, cujo governo foi derrubado a 24 de dezembro com a saída do partido de centro-direita Caledónia Unida.

Este partido criticou Louis Mapou por ter aceitado que a ajuda estatal à reconstrução do território fosse paga sob a forma de empréstimos, na condição de serem efetuadas reformas.

A economia da Nova Caledónia foi abalada pela insurreição que começou a 13 de maio, depois de a Assembleia Nacional - a câmara baixa do parlamento - ter adotado em Paris uma reforma muito controversa do corpo eleitoral da Nova Caledónia.

Os representantes eleitos da Caledónia Junta temiam que estes empréstimos endividassem o arquipélago durante décadas.

Situada no Pacífico e a 17.000 quilómetros de Paris, a Nova Caledónia foi marcada, em 2024, por seis meses de tensões.

Os Kanak temiam que esta reforma minimizasse o seu peso político, ao permitir que pessoas com mais de dez anos de presença no arquipélago participassem nas eleições provinciais, que são cruciais porque delas depende a composição do Congresso e, por conseguinte, do governo.

Os distúrbios causaram 14 mortos e mais de dois mil milhões de euros de prejuízos. As eleições, inicialmente previstas para 2024, deverão ter lugar no final de 2025.

Leia Também: União Caledónia demite-se do governo colegial e executivo cai

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