"É sem qualquer hesitação que apelo aos franceses para que votem em Emmanuel Macron no dia 24 de abril, mas gostaria de me dirigir àqueles que não excluem votar em Marine Le Pen", escreveu o ativista numa série de mensagens na rede social Twitter.
Preso na Rússia desde janeiro de 2021, Navalny disse estar "chocado" com o empréstimo de nove milhões de euros contraído em 2014 pelo antigo partido de Le Pen, a Frente Nacional, agora União Nacional (RN, na sigla em francês), junto de um banco russo, o First Czech-Russian Bank (FCBR).
"Isto é corrupção. E é uma venda de influência política a Putin", denunciou o opositor do Kremlin.
O RN continua a reembolsar este empréstimo, que foi contraído em 2014 com um banco russo, que fechou em 2016, tendo a dívida sido atribuída a uma empresa russa de aluguer de automóveis, a Conti, e depois vendida à Aviazaptchast, uma empresa gerida por antigos militares russos.
"Este banco é uma conhecida agência de branqueamento de capitais que foi criada por instigação de Putin", afirmou Navalny, que construiu a sua notoriedade com as investigações sobre as redes de corrupção da elite russa.
Para justificar ter recorrido a uma instituição financeira russa, a FN acusou os bancos franceses de não lhe concederem empréstimos.
Considerado o principal adversário de Vladimir Putin, Alexei Navalny sofreu na Rússia em 2020, num grave envenenamento pelo qual responsabiliza o Kremlin. Este último nega, mas nunca abriu uma investigação.
Em janeiro de 2021, e após um período de convalescença na Alemanha, Navalny regressou à Rússia e seria imediatamente detido.
Em março passado, o opositor russo, acusado de fraude e de desrespeito pelo tribunal, foi condenado a nove anos de prisão.
Navalny já estava a cumprir uma pena de dois anos e meio de prisão por um antigo processo-crime.
Marine Le Pen passou à segunda volta das eleições presidenciais em França, ao recolher 23,2% dos votos no escrutínio do passado dia 10, e voltará a defrontar o Presidente cessante, Emmanuel Macron, que obteve 27,8% dos votos.
O ocupante do Eliseu (Presidência francesa) é escolhido no próximo domingo, assinalando as sondagens mais recentes um aumento da vantagem de Emmanuel Macron em relação a Marine Le Pen.
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