Vários sírios que se encontravam na Ucrânia a combater pela Rússia foram mortos no campo de batalha, adiantou o alto funcionário de Segurança do presidente ucraniano, citado pela Sky News.
Oleksiy Danilov, secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, terá partilhado com a Sky News fotografias que mostravam três combatentes mortos, com os seus rostos claramente visíveis, juntamente com uma série de outros corpos indistinguíveis.
A mesma fonte terá revelado que se tratavam de combatentes estrangeiros que tinham sido mortos na região de Lugansk, no leste da Ucrânia, onde as forças ucranianas estão agora a combater uma nova ofensiva russa. Um assistente de Oleksiy Danilov terá, depois, acrescentado que se tratavam de soldados provenientes da Síria e da Líbia.
"Há muitos deles lá e continuam a reunir-se a partir de todo o mundo", disse o alto funcionário ucraniano, no contexto de uma entrevista dada à Sky News na quinta-feira. "Já temos fotografias de sírios mortos que, segundo sabemos, vieram para ajudar [Vladimir] Putin a combater a Ucrânia", assegurou.
Questionado acerca de quantos sírios tinham sido mortos no campo de batalha, Oleksiy Danilov disse que era "difícil de dizer". "Nós não os contamos. Não temos tempo suficiente para os contar... Não importa quantos enviem para cá, todos eles serão mortos", assegura o alto funcionário de Segurança.
Isto porque, na sua perspetiva, esta guerra apenas tem um desfecho possível. "Acabará com a nossa vitória", afirma Danilov - que diz, no entanto, que o momento dessa vitória depende de uma série de fatores, entre os quais se destaca o armamento fornecido pelos parceiros ocidentais.
Na terça-feira, o The Guardian tinha noticiado, citando fontes militares europeias, que a Rússia teria mobilizado cerca de 20 mil mercenários de países como a Síria e a Líbia para combater na renovada ofensiva no Donbass, a leste na Ucrânia. Segundo o mesmo órgão de comunicação social, estes mercenários foram recrutados para combater sem equipamento de proteção pesada ou veículos blindados.
Segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a guerra na Ucrânia já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil, mas a agência da ONU alerta que o número de mortos poderá ser muito superior depois de contabilizadas as vítimas em cidades sitiadas e muito bombardeadas pelos russos.
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