"Estamos abertos a qualquer formato de diálogo. Quer eu goste ou não, estou pronto para falar. Estive nos últimos três anos e continuo pronto, até ao fim da guerra, para dialogar com a Federação Russa e o seu Presidente", disse Zelensky numa conferência de imprensa ao lado do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que hoje visita a Ucrânia.
Zelensky respondeu ao chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, que declarou hoje, numa conversa telefónica com o seu homólogo turco, Mevlüt Cavusoglu, que os resultados das conversações de paz dependerão da vontade de Kyiv de ter em conta as exigências de Moscovo.
"No que diz respeito às perspetivas do processo de negociação russo-ucraniano, confirma-se a posição imutável da Rússia: os resultados das conversações dependerão inteiramente da vontade de Kyiv de ter em conta as nossas legítimas exigências", afirmou o ministro, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
O Presidente ucraniano salientou que a Rússia já transmitia esta mesma mensagem, de ser favorável ao diálogo, através dos meios de comunicação social, "até ao início da ofensiva".
Apesar dos sinais públicos, Moscovo "não está preparado para uma resolução pacífica", considerou, contudo, o Presidente ucraniano.
A declaração do Ministro dos Negócios Estrangeiros russo surge depois de a Rússia ter entregado à Ucrânia, em 15 de abril, a sua contraproposta ao projeto de acordo recentemente apresentado por Kyiv a Moscovo sobre as garantias de segurança, que exige em troca da sua não adesão à NATO.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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