"Mariupol, que se tornou um local de concentração de formações nacionalistas, foi libertada. Hoje o ministro (da Defesa, Serguei Shoigu) informou que há possibilidades de começar a restaurar a vida pacífica, para que os cidadãos voltem para as suas casas", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, na habitual conferência de imprensa diária.
O porta-voz do Kremlin acrescentou que as forças ucranianas -- que resistem a partir do interior do complexo siderúrgico Azovstal - não conseguirão criar obstáculos aos planos da ocupação russa.
Peskov assegurou que a campanha militar russa na Ucrânia está a decorrer "como planeado" e que o Presidente russo, Vladimir Putin, está a ser informado várias vezes ao dia sobre a situação militar.
Horas antes desta conferência de imprensa, Serguei Shoigu tinha dito que as Forças Armadas russas tinham tomado o controlo de Mariupol, embora tenha admitido que ainda há um bolsa de resistência no interior do complexo Azovstal.
Putin já transmitiu os parabéns a Shoigu pela libertação de Mariupol e descreveu a operação como "bem-sucedida".
Segundo fontes ucranianas, cerca de 100.000 civis permanecem na cidade, que se encontra sitiada há mais de um mês e meio.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Leia Também: Kyiv exige corredores humanitários na fábrica Azovstal em Mariupol