Numa declaração conjunta após uma reunião em Bruxelas, o secretário-geral do serviço diplomático europeu, Stefano Sannino, e a secretária de Estado adjunta norte-americana, Wendy Sherman, disseram que continuarão a "exortar a China a não contornar e minar as sanções contra a Rússia".
Reafirmaram que "tal apoio terá consequências nas suas respetivas relações com a China", segundo a declaração citada pela agência francesa AFP.
Sannino e Sherman manifestaram também "preocupação com a repetida manipulação de informação por parte da China, inclusive através da difusão da desinformação de Moscovo", sobre a guerra na Ucrânia.
Referindo-se à Lituânia, vítima de represálias comerciais chinesas após o estabelecimento de uma representação de Taiwan, expressaram a oposição a qualquer "coação económica" exercida por Pequim.
A declaração conjunta surge após o Presidente chinês, Xi Jinping, ter apelado aos líderes europeus para se dissociarem de Washington, numa cimeira com a UE no início de abril.
Xi disse, então, que a UE deve "formar a sua própria perceção da China e prosseguir autonomamente a sua própria política em relação a Pequim".
Aos olhos da China, os europeus deixaram-se arrastar para um conflito, iniciado por Washington, que é contrário aos seus interesses enquanto consumidores de gás russo.
Enquanto Pequim se recusa a condenar a invasão da Ucrânia e defende a sua amizade com Moscovo, a UE advertiu a China de que qualquer apoio à Rússia, especialmente aumentando acentuadamente as compras de hidrocarbonetos, manchará as relações económicas com a Europa, o seu maior parceiro comercial.
Os Estados Unidos vão mais longe e levantam a possibilidade de sanções.
"Fomos muito transparentes" ao explicar a Pequim "o que estamos a fazer [contra a Rússia] em termos de sanções, para dar uma ideia do menu de que podemos escolher se a China decidir fornecer apoio material" a Moscovo, disse Sherman a um grupo de reflexão de Bruxelas na quinta-feira.
"Espero que [a China] possa aprender com isto, compreendendo que não pode separar os EUA dos seus aliados e que a Europa não se vai dissociar dos EUA", acrescentou a "número dois" da diplomacia norte-americana.
A UE, os Estados Unidos e outros países, como o Reino Unido ou o Japão, impuseram duras sanções à Rússia por ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Além das sanções, os países ocidentais forneceram armamento à Ucrânia para enfrentar as forças russas numa guerra que cumpre hoje o 58.º dia.
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