O agente da polícia Ali Isak, que testemunhou o ataque, disse à agência de notícias espanhola Efe, ao telefone, que o general Abdi Hassan Mohamed Hijar e os sete parlamentares e responsáveis do governo, que jantavam no local (comemorando o iftar, a quebra do jejum diário do Ramadão) sobreviveram ao ataque.
"O membro do Al Shabab queria entrar no restaurante para matar aqueles responsáveis, mas os guarda-costas [do chefe de polícia] não permitiram e forçaram-no a explodir do lado de fora", afirmou Isak, o que fez com que os mortos fossem contabilizados, especialmente esses trabalhadores.
O ataque, que foi reivindicado pelo Al Shabab, ocorreu na popular praia do Lido, na capital, onde muitas famílias somalis costumam relaxar.
Mogadíscio foi atingida por outro ataque há apenas uma semana, quando pelo menos sete pessoas ficaram feridas num ataque terrorista ao edifício do Parlamento somali em 18 de abril.
O ataque ocorreu durante a segunda sessão parlamentar após a tomada de posse dos novos deputados, no dia 14, após vários atrasos para concluir as eleições para a Câmara dos Deputados.
A tomada de posse, no entanto, ocorreu ainda com dezenas de cadeiras vagas, a aguardarem pelo fim do processo eleitoral.
Este procedimento foi essencial para a realização de eleições presidenciais no país, adiadas em várias ocasiões desde 2021 devido a disputas políticas, discrepâncias entre clãs e acusações de irregularidades, apesar de o mandato do presidente, Mohamed Abdullahi Mohamed Farmaajo, ter expirado naquele ano.
De acordo com a lei somali, o chefe de Estado deve ser eleito pelos 329 membros do Parlamento (54 deputados na Câmara Alta -já eleitos - e 275 na Câmara Baixa).
O adiamento sistemático das eleições é uma distração para problemas como a luta contra o Al Shabab, que controla as áreas rurais no centro e no sul do país e quer estabelecer um estado islâmico wahabita (ultraconservador).
De facto, o grupo, que rejeita eleições apoiadas pela comunidade internacional, intensificou os seus ataques nas últimas semanas.
A Somália vive num estado de conflito e caos desde que o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, em 1991, deixando o país sem um governo eficaz e nas mãos de senhores da guerra e milícias islâmicas, como o Al Shabab.
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