"Os trágicos acontecimentos na Ucrânia, as grandes mudanças no equilíbrio de poder no mundo, a complexidade das relações internacionais e a magnitude dos desafios globais exigem a contribuição de profissionais capazes de estabelecer pontes em vez de muros, de encontrar soluções criativas em vez de cristalizando divergências. Os diplomatas são mais necessários do que nunca", afirmou hoje, ao receber o prémio.
A distinção pela revista britânica especializada, anunciada hoje numa cerimónia na capital britânica, é o resultado de uma votação entre os diplomatas em serviço no Reino Unido, que votam nas várias categorias de prémios, distribuídos por áreas geográficas.
Este ano foi a primeira vez que foi premiada a "Contribuição Excepcional para a Diplomacia Climática".
Vale de Almeida, de 65 anos, foi galardoado pelo papel nas relações pós-Brexit entre Bruxelas e Londres.
Reconhecendo os "dois anos complicados a instalar uma nova missão diplomática em Londres no meio do Brexit e covid e agora uma guerra em solo europeu", Vale de Almeida agradeceu aos funcionários da embaixada e dedicou o prémio ao povo ucraniano, segundo excertos do discurso obtidos pela Agência Lusa.
"Eles estão a sofrer o horror de uma guerra que não foi provocada e não é justificada. Estamos com a Ucrânia", vincou.
João Vale de Almeida assumiu funções como representante da UE na capital britânica a 01 de fevereiro de 2020, mas só entregou as credenciais à rainha Isabel II em outubro de 2021 devido ao atraso do Governo britânico em reconhecer-lhe o estatuto de diplomata.
Apesar de ter completado 65 anos no dia 29 de janeiro, idade de reforma nas instituições europeias, pretende manter-se no cargo até janeiro de 2023.
Com uma carreira que se estende por quatro décadas, Vale de Almeida é o mais antigo funcionário português em funções na União Europeia, onde exerceu vários cargos de topo nas instituições.
Licenciado em História, João Vale de Almeida começou a trabalhar na sede da então Comunidade Económica Europeia (CEE) em Lisboa, em março de 1982, tendo depois transitado para Bruxelas.
Nos últimos anos, depois de ter sido chefe de gabinete de Durão Barroso, foi diretor-geral do Serviço de Ação Externa da UE, embaixador da UE em Washington e nas Nações Unidas.
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