Cabo Verde vai alargar programa de videovigilância ao Tarrafal
O Governo cabo-verdiano prevê alargar o programa "Cidade Segura", baseado num sistema de videovigilância do espaço público, à localidade do Tarrafal, no extremo norte de ilha de Santiago, anunciou o primeiro-ministro.
© Lusa
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"Tarrafal é o próximo município a acolher o programa Cidade Segura, à semelhança da Praia [ilha de Santiago], São Vicente, Sal e Boa Vista", anunciou o chefe do Governo, Ulisses Correia e Silva, depois de participar, na segunda-feira, nas comemorações do 105.º aniversário da criação daquele município, um dos mais turísticos do arquipélago.
Este sistema de videovigilância, inicialmente instalado na Praia, operado pela Polícia Nacional e que em 2020 foi alargado a mais quatro cidades nas ilhas de São Vicente, Sal e Boa Vista, permitiu prevenir cerca de 2.000 potenciais ocorrências em 2019 na capital, segundo dados anteriores do Governo.
De acordo com a informação do ministro da Administração Interna de Cabo Verde, Paulo Rocha, em fevereiro de 2020, antes dos efeitos da pandemia de covid-19, as mais de 300 câmaras de videovigilâncias instaladas na Praia registaram ainda 2.900 ocorrências "consumadas" e que foram tratadas posteriormente pela Polícia Nacional.
Na Praia, este sistema funciona durante 24 horas e é operado por 32 agentes policiais, em turnos de seis horas.
"Em 2019, com recurso às imagens das câmaras de videovigilância, a Polícia Nacional conseguiu antecipar e prevenir cerca de 2.000 potenciais ocorrências. Digo prevenir porque são casos em que a intervenção precoce da Polícia Nacional permitiu que muitas delas degenerassem, evitando assim a consumação de ocorrências", disse o ministro.
O governante sublinhou que o sistema de videovigilância que funciona na Praia, no âmbito do programa Cidade Segura, financiado pelo Governo chinês, tem permitido uma intervenção preventiva "rápida e célere" por parte da Polícia Nacional.
Em entrevista à Lusa em dezembro de 2019, o ministro anunciou que o alargamento do projeto Cidade Segura iria permitir instalar 470 novas câmaras de videovigilância naqueles quatro municípios, admitindo a possibilidade de uma eventual terceira fase chegar a Santiago Norte, agora confirmada pelo primeiro-ministro.
A segunda fase do projeto Cidade Segura foi financiada integralmente, ao nível dos equipamentos e serviços tecnológicos, pelo Governo da China, com quase 12 milhões de euros.
A segunda fase, lançada em 2020, envolveu o reforço do sistema em funcionamento na Praia (ilha de Santiago, Sul) desde junho de 2018 com cerca de 300 câmaras de videovigilância, e o alargamento à área da cidade do Mindelo (300 novas câmaras), na ilha de São Vicente, às cidades de Espargos e Santa Maria (total de 112 novas câmaras), na ilha do Sal, e à cidade de Sal Rei (60 novas câmaras), na ilha da Boa Vista.
Toda a componente tecnológica do projeto é garantida pela multinacional chinesa Huawei, cabendo ao Estado cabo-verdiano a construção, com verbas do Orçamento do Estado, dos centros de comando, que operam, com agentes da polícia, a rede de videovigilância.
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