Reino Unido abre inquérito a alegado ataque informático russo ao exército
O Governo britânico abriu uma investigação sobre um alegado ataque de pirataria informática que poderá ter dado acesso à identidade de cerca de 100 potenciais recrutas do exército britânico, possivelmente para benefício da Rússia.
© Reuters
Mundo Ucrânia
"Sei que o meu colega Leo Docherty", o subsecretário da Defesa, "que lida com o recrutamento, solicitou uma revisão urgente da segurança do nosso sistema de computadores", confirmou o secretário de Estado das Forças Armadas, James Heappey, à rádio LBC.
O ataque foi hoje revelado pelo jornal Daily Mail, que noticiou que a identidade de 124 candidatos a juntar-se às forças militares britânicas poderá ter sido acedida de forma ilegal.
"Parece um alvo de informação muito estranho, já que incidiria sobre soldados recém-treinados", notou Heappey, acrescentando que "pensava que o Kremlin teria alvos de informação mais altos".
O caso foi descoberto após os Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá e Nova Zelândia, que formam a aliança "Five Eyes", alertarem recentemente que os serviços secretos tinham informações de que a Rússia estará a preparar-se para lançar ataques cibernéticos em grande escala contra os aliados da Ucrânia.
Questionado sobre as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, que alertou para o "perigo real de uma terceira guerra mundial, James Heappey destacou que a guerra na Ucrânia existe porque "a Rússia atravessou as fronteiras de um país soberano e começou a invadir o território".
"A NATO não é uma aliança expansionista", mas uma "aliança defensiva", vincou, argumentando que "todo esse barulho de Moscovo de que o ataque à Ucrânia é uma resposta à agressão da NATO é um disparate".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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