Num evento da ONU em Genebra, a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros responsável pelos Assuntos Africanos, Vicky Ford, disse que o financiamento destina-se a alimentos, água, nutrição e apoio de emergência à saúde.
Este pacote faz aumentar a ajuda britânica à Somália para cerca de 47 milhões de libras (52 milhões de euros) só em 2022.
A ONU disse precisar de 1.460 milhões de dólares (1.370 milhões de euros) para financiar as operações na Somália, ainda só conseguiu 4% do valor. A reunião de hoje pretendia aumentar o montante da ajuda internacional, adianta um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.
Considerado o segundo país mais pobre do mundo, a Somália está a sofrer com uma seca extrema devido a várias estações com pouca chuva, resultando na morte do gado e plantações agrícolas.
Cerca de metade da população de quase 16 milhões precisa de ajuda para sobreviver, incluindo 350.000 crianças, e a situação poderá não melhorar se não chover, como indicam as previsões.
"Não devemos ter dúvidas do que acontecerá se deixarmos de apoiar o povo da Somália - 350.000 crianças morrerão e muitas outras terão as vidas arruinadas. (...) Depois de um quarto de milhão de pessoas ter morrido desnecessariamente de fome na Somália em 2011, dissemos nunca mais. Agora está na hora de a comunidade internacional cumprir esse compromisso e apoiar o povo da Somália", afirmou Ford.
Organizações humanitárias que operam em África, como o Comité Internacional da Cruz Vermelha e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), alertaram na semana passada que a guerra na Ucrânia está a agravar a insegurança alimentar num continente já fortemente afetado pelas alterações climáticas, por conflitos e pela pandemia de covid-19.
O Quénia, a Somália e a Etiópia, três países do Corno de África fortemente afetados pela seca nos últimos anos, dependem das importações de trigo da Rússia e da Ucrânia em 67% a 92%, mas além da indisponibilidade do cereal no mercado, a crise ucraniana resultou num forte aumento dos preços.
O Corno de África, uma região afetada pela seca há mais de quatro décadas, mas onde os últimos três anos registaram as piores condições de sempre, a Unicef contabiliza 7,5 milhões de pessoas afetadas pela seca na Somália e mais de quatro milhões no Quénia.
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