O Presidente da República considerou que o secretário-geral das Nações Unidas foi "cuidadoso" ao dizer que "era difícil convencer o presidente Putin" e que, desta forma, a sua intervenção na mediação do conflito entre a Ucrânia e a Rússia "baixou as expetativas" numa eventual resolução do conflito. "Mas que persistia [António Guterres] com a ideia de ser possível haver alguns corredores humanitários", acrescentou.
Em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que o melhor seria "esperar" pelo encontro de António Guterres com o presidente da Ucrânia, agendado para esta quinta-feira, para perceber se "tinha pernas para andar" a abertura dos corredores humanitários com intervenção da ONU e de um Comité Internacional da Cruz Vermelha, uma medida proposta por Guterres.
"Vamos ver se, pelo menos por aí, há passos que são dados. Há um jogo de palavras nestas situações militares: aquilo que se diz é para produzir efeito dos vários lados e depois tem que se descontar um bocadinho", advertiu.
Quanto às declarações de Sergei Lavrov, que disse que uma eventual III Guerra Mundial poderia acontecer, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que essas e outras declarações eram uma "parada verbal que em todas as guerras existiu". "É preciso ver até que ponto é que a realidade comporta esse tipo de concretização", disse.
Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que, enquanto Comandante Supremo das Forças Armadas, não esperava que os portugueses tivessem que integrar alguma missão de guerra, para além das missões de paz, que ocorrem, por exemplo, na República Centro-Africana. "As missões de paz são muito exigentes", lembrou, dizendo que estas supõem missões de guerra e que também nestas "há sempre risco".
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