"Empresas de construção especializadas no setor militar vão reparar o equipamento militar pesado da Ucrânia", especificou o chefe do governo da Bulgária, citado pelos 'media' búlgaros após uma reunião em Kyiv com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Kiril Petkov adiantou ainda que irá apresentar este pedido, feito por Kyiv, ao Conselho de Ministros e acrescentou que o espera ver aprovado pelo Parlamento na próxima semana como "ajuda técnica militar à Ucrânia".
Além de reparar os equipamentos militares, numa quantidade que não foi especificada, o país dos Balcãs irá disponibilizar à Ucrânia o porto de Varna, no mar Negro, para a exportação de produtos agrícolas.
O político pró-europeu chegou a Kyiv hoje de manhã, acompanhado pelo seu ministro da Defesa, Dragomir Zakov, que será responsável por organizar as reparações do equipamento militar.
O primeiro-ministro búlgaro agradeceu a Zelensky pela sua liderança durante a invasão russa, que, para Kiril Petkov, está a decorrer não apenas contra a Ucrânia, mas contra todo o mundo livre.
"A Ucrânia vencerá esta guerra e todas as democracias estão convosco, não há dúvida de que esta é a única saída", salientou Petkov, dirigindo-se ao Presidente ucraniano durante a conferência de imprensa conjunta em Kyiv.
O primeiro-ministro tinha anunciado, horas antes de reunir-se com Zelensky, que o Parlamento búlgaro deverá autorizar em breve o envio de armas para a Ucrânia, apesar de alguma oposição dentro da coligação governamental, tinha anunciado hoje o primeiro-ministro da Bulgária.
"Como parte do mundo democrático, não podemos ficar indiferentes a esta tragédia e dizer que é um problema exclusivamente ucraniano (...). A Ucrânia não é um problema alheio", afirmou Kiril Petkov, citado pela imprensa búlgara.
Petkov adiantou que acredita que o envio de armas receberá o apoio maioritário do Parlamento, uma medida apoiada por três dos quatro partidos do governo.
Opõe-se, no entanto, o Partido Socialista, herdeiro do antigo Partido Comunista e próximo da Rússia, que ameaçou quebrar a coligação governamental se avançar o apoio militar à Ucrânia.
A Bulgária, membro da UE, é um dos países da NATO que até agora não enviou armas para a Ucrânia, argumentando que isso significaria envolver-se no conflito e prolongá-lo, tese defendida pelo Presidente do país, Rumen Radev, próximo de Moscovo.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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