Num comunicado hoje divulgado sobre os recentes "incidentes" na região da Transnístria, o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, começa por comentar que os mesmos "são prejudiciais para a segurança e estabilidade da República da Moldova", apelando por isso à contenção.
"A União Europeia apela aos atores responsáveis para que evitem a desestabilização da situação. Congratulamo-nos vivamente com as reações contidas das autoridades da República da Moldávia, que ajudam a manter a calma no país", afirma Borrell.
O chefe da diplomacia europeia reafirma que "a UE mantém-se solidária com a Moldova e reitera o seu apoio inabalável à soberania e integridade territorial da República da Moldova dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas, e com um estatuto especial para a região da Transnístria".
"Para apoiar a Moldova a enfrentar o impacto da agressão da Rússia contra a Ucrânia, a UE está a prestar uma ajuda abrangente para enfrentar os desafios imediatos do afluxo de refugiados e intensificou o seu apoio a médio prazo para reforçar a resiliência global da Moldávia", conclui o Alto Representante.
Na quarta-feira, as autoridades da região separatista pró-russa da Transnístria, na Moldova, declararam que uma vila que abriga um grande depósito de munições do exército russo, na fronteira com a Ucrânia, foi alvo de tiros.
As autoridades russas indicaram na quinta-feira que consideram estes incidentes "como atos terroristas que visam desestabilizar a situação", mas Kiev alega tratar-se de uma operação de "falsa bandeira" por parte da Rússia, com o objetivo de responsabilizar a Ucrânia pelos ataques, no contexto da ofensiva militar russa em curso no território ucraniano.
A Transnístria, território de apenas meio milhão de habitantes, a maioria eslavos, cortou relações com a Moldova após um conflito armado (1992-1993), no qual contou com ajuda russa.
Desde o fim desse conflito, que custou a vida de centenas de pessoas, a Moldova defendeu a integração dos dois territórios divididos pelo rio Dniester, uma condição que os separatistas sempre recusaram.
No âmbito do Acordo para a Solução Pacífica do conflito da Transnístria, assinado em julho de 1992, a Rússia estacionou 2.400 soldados para garantir a paz na região, mas esse contingente foi reduzido ao longo dos anos.
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