Questionado durante uma conferência de imprensa sobre o comportamento do líder russo, John Kirby teve de interromper a frase para segurar as lágrimas e afirmou que "é difícil olhar para algumas das imagens e imaginar um líder sério a fazer isso", referindo-se às atrocidades de que as tropas russas têm sido acusadas de cometer na invasão à Ucrânia.
"É difícil olhar para o que ele está a fazer, para o que as suas tropas estão a fazer, e pensar que qualquer indivíduo ético, moral, pode justificar isso; é difícil olhar para as imagens... e imaginar que qualquer líder pensante, sério, maturo, faria isso", acrescentou John Kirby, concluindo: "Não posso falar sobre o seu estado psicológico, mas penso que todos percebemos a sua depravação".
Chamando "lixo" aos argumentos "bizarros" do líder do Kremlin, segundo os quais a guerra está a ser travada para proteger a minoria russa na Ucrânia do nazismo ucraniano, o porta-voz do Kremlin argumentou que é "difícil conciliar essa retórica com o que ele está a fazer na Ucrânia a pessoas inocentes alvejadas na nuca, com as mãos atadas atrás das costas, a mulheres, mulheres grávidas mortas, hospitais bombardeados".
"É simplesmente inconcebível", concluiu Kirby, que se tornou uma das principais figuras do Governo dos EUA desde que a invasão começou com conferências de imprensa diárias, e que faz parte de uma lista de personalidades dos EUA sancionadas por Moscovo.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou cerca de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,4 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Leia Também: "Valor da Ucrânia ficará na história", diz secretário da Defesa dos EUA