Ucrânia: ONU confirma que prossegue retirada de civis em Mariupol
A ONU confirmou hoje que a operação de retirada de civis do reduto da fábrica Azovstal, em Mariupol, no sudeste da Ucrânia e cercado por forças russas, prossegue hoje, em coordenação com o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
© REUTERS/Alexander Ermochenko
Mundo Rússia/Ucrânia
"A ONU confirma que uma operação de evacuação está em andamento no complexo siderúrgico Azovstal, em coordenação com o CICV e as partes em conflito", adiantou à AFP Jens Laerke, porta-voz do gabinete de coordenação de Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU), sem adiantar mais detalhes, por questões de segurança.
Segundo as agências oficiais russas TASS e RIA Nóvosti, mais 40 civis foram hoje retirados do reduto da fábrica Azovstal.
Os civis - 18 homens, 14 mulheres e oito crianças - foram retirados do local e levados em três autocarros para um acampamento na cidade de Bezimenne, tendo o comboio humanitário seguido posteriormente em direção a Novoazovsk.
O corredor humanitário é da responsabilidade da ONU e do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e foi organizado em conjunto com as autoridades ucranianas e russas.
No sábado, o Ministério da Defesa russo anunciou que quase meia centena de civis tinham sido retirados do reduto da fábrica Azovstal.
Segundo o ministério russo, durante a tarde de sábado, 25 civis saíram do local e, ao início da noite, um segundo grupo formado por 21 pessoas abandonou também a unidade metalúrgica, sendo transportados para Bezimenoye", uma cidade a leste de Mariupol, a meio caminho entre esta cidade portuária e a fronteira russa.
Na fábrica de Azovstal há cerca de mil civis refugiados, juntamente com cerca de 2.000 soldados ucranianos que ainda resistem aos bombardeamentos russos, havendo ainda a registar cerca de 500 feridos entre as pessoas que ali estão refugiadas.
A Rússia deu a cidade de Mariupol como "libertada" e começou a enviar tropas de Mariupol para a região de Donbass, no leste do país, de acordo com as informações veiculadas pelo Estado-Maior da Ucrânia e confirmadas também pelo Pentágono.
O Presidente russo decretou que a fábrica não deveria ser atacada, mas disse que o bloqueio às instalações teria de ser rígido ao ponto de "nem uma mosca conseguir sair".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou cerca de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
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