Numa declaração divulgada por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que se assinala na terça-feira, o Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, aponta que, ao comemorar-se este ano esta data, "corajosos jornalistas, equipas de filmagem, repórteres, fotógrafos e bloggers estão a arriscar as suas vidas" em solo ucraniano para manter o mundo informado "sobre a agressão militar não provocada e injustificada da Rússia".
"As forças russas estão a deter, a sequestrar e a visar jornalistas e atores da sociedade civil para impedir o mundo de ouvir a verdade. Exortamos veementemente a Federação Russa a parar imediatamente tais ataques e práticas", declara Borrell, acrescentando que, segundo dados da plataforma do Conselho da Europa para a proteção do jornalismo e segurança dos jornalistas, "já foram mortos 10 trabalhadores ucranianos e internacionais de meios de comunicação social e muitos outros ficaram feridos" desde que a Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia, da qual resultaram já cerca de três mil civis mortos.
O Alto Representante comenta que "a segurança dos jornalistas é uma prioridade da UE", razão pela qual o bloco europeu "está a prestar apoio de emergência aos meios de comunicação e jornalistas que cobrem a guerra na Ucrânia, incluindo apoio psicológico, capacetes e outro equipamento de proteção, bem como financiamento para cobrir salários".
"Ao relatar a partir da linha da frente e ao lançar luz sobre as graves violações dos direitos humanos e do direito humanitário internacional cometidas pelas forças armadas russas, os jornalistas contribuem de uma forma importante para combater a desinformação e a manipulação de informação em torno da invasão", sublinha o Alto Representante, reforçando que os profissionais da comunicação social "desempenham um papel crucial para assegurar que estas atrocidades não fiquem impunes".
Josep Borrell comenta ainda que, "na Rússia e na Bielorrússia, apesar do risco de longas penas de prisão e detenções prolongadas, jornalistas individuais e meios de comunicação independentes corajosos esforçam-se por informar sobre a guerra travada pela liderança russa contra a Ucrânia e as atrocidades cometidas contra o povo ucraniano".
"Tal como eles, muitos jornalistas independentes e empenhados e trabalhadores dos media em todo o mundo continuam a expor a injustiça nos seus próprios países e a contribuir para a construção de um futuro melhor. Muitos deles apesar do assédio diário, violência e intimidação, tanto online como offline", prossegue o chefe da diplomacia europeia.
"A União Europeia está com eles. A imprensa livre permite uma sociedade mais democrática, mais forte e inclusiva e é instrumental para a proteção e promoção dos direitos humanos. Vamos continuar a lutar pela liberdade de imprensa e não recuaremos", conclui.
Leia Também: Rússia está a destruir "de propósito" património cultural ucraniano