No arranque de uma visita de dois dias ao Panamá, Josep Borrell destacou o "excelente encontro" com a ministra dos Negócios Estrangeiros daquele país, Erika Mouynes.
"Condenámos a agressão russa contra a Ucrânia e analisámos o impacto global. Continuaremos a trabalhar juntos diante os desafios regionais na América Latina/Caraíbas. Defendemos a democracia e uma ordem internacional baseada em regras", salientou o diplomata espanhol numa mensagem divulgada na rede social Twitter.
A ministra do Panamá também reagiu através das redes sociais para sublinhar o "importante encontro bilateral" com o chefe da diplomacia europeia, com quem discutiu "questões políticas e económicas de interesse mútuo".
Borrell chegou no domingo ao Panamá, depois da visita ao Chile, para cumprir a agenda com o governo panamenho e com os ministros dos Negócios Estrangeiros da América Central e das Caraíbas, para discutir o impacto da guerra na Ucrânia.
"A minha viagem pela América Latina leva-me ao Panamá para fortalecer os laços bilaterais e avançar com as relações da UE com a América Central e as Caraíbas", referiu.
"Perante a incerteza geopolítica, temos que trabalhar mais de perto com os nossos parceiros. Juntos pela paz e estabilidade global", acrescentou Borrell.
O chefe da diplomacia europeia deve reunir-se hoje com o Presidente do Panamá, Laurentino Cortizo, e emitir uma declaração conjunta com a ministra dos Negócios Estrangeiros, no final do dia.
O objetivo do encontro com 18 ministros dos Negócios Estrangeiros daquela região passa também por "formular uma proposta conjunta de mitigação", segundo o governo do Panamá.
"Este é o primeiro grupo de trabalho da América Central e Caraíbas com a União Europeia, que é o primeiro grupo regional do mundo dedicado a analisar as consequências do conflito na Ucrânia", realçou, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Panamá.
A análise à guerra na Ucrânia será feita tendo em conta o aumento dos preços do petróleo e dos combustíveis, o aumento da cadeia de abastecimento de alimentos e outros bens básicos e as mudanças na distribuição e consume de energia que afetarão o meio ambiente e o financiamento de projeto, pode ler-se ainda na mesma nota de imprensa.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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