De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, o esboço da nova estratégia europeia, que deverá ser aprovada pela Comissão Europeia ainda este mês no âmbito do plano para reduzir e dependência energética de Moscovo, pretende aprovar o potencial ainda por explorar dos países no ocidente de África, entre os quais estão os lusófonos Angola e Guiné Equatorial, ambos produtores de gás natural liquefeito.
O bloco dos 27 países europeus quer afastar-se do maior fornecedor, a Rússia, no seguimento da invasão da Ucrânia, e preparar a região para importar 10 milhões de toneladas de hidrogénio até 2030 para ajudar a substituir o gás da Rússia, em linha com o ambicioso projeto de descartar a utilização de combustíveis fósseis e atingir a neutralidade climática até meio deste século.
A Bloomberg, que cita a versão preliminar do documento, escreve que a União Europeia pretende aumentar as importações de gás natural liquefeito em 50 mil milhões de metros cúbicos e aumentar também os carregamentos de gás através de gasodutos de outros países além da Rússia em 10 mil milhões de metros cúbicos.
Para isso, Bruxelas quer implementar na totalidade o acordo com os Estados Unidos para a entrega de 15 mil milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito já este ano e cerca de 50 mil milhões anualmente até 2030, além de assinar um acordo trilateral com o Egito e Israel para aumentar os fluxos para a Europa já neste verão.
"A UE também precisa de enviar sinais consistentes ao mercado para equilibrar as necessidades de curto e médio prazo com os objetivos a longo prazo", lê-se no documento, que admite que "tudo isto precisa de uma política para o gás altamente bem coordenada para explorar o mercado e o peso político da união e desenvolver uma ferramenta para uma ação conjunta".
A generalidade dos analistas tem afirmado que países exportadores ou com capacidade para aumentar a produção e exportação de gás, como Angola, Guiné Equatorial ou Moçambique, poderão beneficiar da vontade de Bruxelas em diversificar as compras de gás à Rússia, principalmente no seguimento da invasão da Ucrânia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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