Segundo os mais recentes dados, morreram 25 soldados do Burundi, oito militares da Somália e cinco civis, explicou à agência EFE o vice-comissário do distrito de El Baraf, cidade a 130 quilómetros a norte de Mogadíscio e onde está localizada a base.
O ataque foi lançado às primeiras horas da manhã, com uma grande explosão seguida de uma intensa troca de tiros, disse Gedi Ahmed, explicando que a missão respondeu ao ataque usando helicópteros, o que mostra a dimensão do ataque dos terroristas.
O ataque foi reivindicado pelo grupo Al-Shabab, que alegou ter morto até 59 soldados e ferido dezenas, e disse que tinha o "controlo total da base militar", depois de ter iniciado o ataque com atentados suicidas à bomba, segundo os relatos da imprensa local veiculados pela Efe.
Até agora, a missão da UA não confirmou oficialmente o ataque nem o número de baixas.
No entanto, o Governo federal da Somália condenou o ataque "nos termos mais fortes possíveis" e enviou as "mais profundas condolências" às vítimas e às suas famílias, bem como à UA e ao Governo e povo do Burundi.
O Governo elogiou ainda o Exército somali e as forças da Missão da UA de Transição na Somália (ATMIS, na sigla inglesa) "por terem repelido rapidamente os terroristas".
"Reiteramos fortemente o nosso apelo à comunidade internacional para intensificar e fornecer maior capacidade de apoio às forças de segurança somalis e ATMIS na luta eficaz contra o terrorismo na Somália", acrescentou.
Desde 2007, a União Africana tem uma missão militar em solo somali (Amisom), composta por cerca de 20.000 soldados que operam com mandato das Nações Unidas, para ajudar as forças somalis na sua batalha para estabilizar este país do Corno de África.
Em 31 de março, a AMISON foi substituída pela ATIMIS, após aprovação de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU, missão que prevê uma redução gradual dos militares posicionados na Somália e a retirada de todo o efetivo militar em dezembro de 2024.
O Al-Shabab, que se juntou à rede terrorista Al-Qaida em 2012, controla áreas rurais do centro e sul da Somália, onde procura estabelecer à força um Estado islâmico Wahhabi (ultraconservador).
A Somália caiu num estado de conflito e caos com a deposição do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, que deixou o país sem um governo eficaz e nas mãos de senhores da guerra e milícias islâmicas como o Al-Shabab.
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