Líder nacionalista tentou contactar Trump durante invasão do Capitólio
A invasão do Capitólio norte-americano por apoiantes de Donald Trump continua a ser investigada pela justiça e já foram detidas quase 800 pessoas que estiveram presentes ou tiveram ligações ao ataque.
© Getty Images
Mundo Ataque ao Capitólio
Um membro da milícia armada nacionalista Oath Keepers admitiu, na quarta-feira, que o líder do grupo tentou contactar o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na noite de 6 janeiro - dia em que milhares de apoiantes de Trump e grupos de extrema direita invadiram o Capitólio, vandalizaram escritórios e as duas câmaras do Congresso e provocaram a morte de sete pessoas.
Segundo a NBC, William Todd Wilson, o terceiro membro dos Oath Keepers a declarar-se culpado de conspirar contra o governo americano na insurreição, contou ao tribunal que estava num quarto de hotel em Washington D.C. com o líder do grupo, Elmer Stewart Rhodes, onde foram armazenadas várias armas de fogo, e ouviu Rhodes a tentar entrar em contacto com Trump.
O objetivo de Rhodes, que acabou por conseguir falar apenas com um intermediário do presidente, era que Trump "pedisse publicamente aos grupos como os Oath Keepers que se opusessem à transferência de poder" para Joe Biden.
Os Oath Keepers, a par dos Proud Boys, tornaram-se num dos maiores grupos extremistas e supremacistas brancos nos Estados Unidos, muitas vezes recrutando antigos militares e polícias para participar em ações de 'vigilância' a protestos do movimento Black Lives Matter com armas de calibre militar.
Wilson acrescentou que Rhodes "implorou" a Trump, que até então tinha publicado um tweet durante a insurreição, a dizer aos seus apoiantes que eram "muito especiais". A chamada com o intermediário terá sido feita por volta das 17h, quando a polícia ainda lutava contra manifestantes dentro das câmaras do Congresso.
William Todd Wilson's plea also gives the DOJ testimony about this: Oath Keepers founder Stewart Rhodes calling someone close to Trump on 1/6 in an effort to speak with him directly to urge him to "call upon groups like the Oath Keepers to forcibly oppose the transfer of power." pic.twitter.com/16yqQA0V2L
— Jordan Fischer (@JordanOnRecord) May 4, 2022
O membro da milícia, que já viu nove membros serem acusados em vários processos relacionados com o ataque a 6 de janeiro de 2021, afirmou ainda que esteve presente numa videoconferência dos Oath Keepers em novembro de 2020, onde Rhodes alegadamente explicou os planos para bloquear a transferência de poderes da presidência de Trump para a presidência de Biden - uma presidência que os apoiantes do antigo líder continuam a considerar ilegítima, apesar dos factos sobre a eleição não sustentarem essa teoria.
À CNN, o advogado de Stewart Rhodes garantiu que "nenhum" dos factos apresentados em tribunal "mostram evidência de um plano concreto para fazer algo".
O ataque ao Capitólio em 2021 continua a ser investigado por uma comissão bipartidária, que entrevistou mais de mil pessoas e tem apoiado as autoridades judiciais e policiais e a encontrar e deter indivíduos com ligações à insurreição. Donald Trump continua a ser o foco das atenções do comité e, esta semana, foi a vez do seu filho mais velho, Donald Trump Jr., testemunhar perante o Congresso.
A polícia americana já teve quase 800 pessoas que estiveram presentes ou tiveram ligações ao ataque - muitas delas foram encontradas com recurso às redes sociais, já que foram publicando elas próprias a invasão ao edifício. Mais de 250 dessas pessoas assumiram a culpa nos processos de acusação.
O assalto ao Capitólio tinha o objetivo de travar a confirmação da vitória de Joe Biden nas eleições de novembro de 2020, depois de meses em que Trump fomentou a mentira de que os democratas tinham "roubado" votos em estados chave. Nenhuma acusação foi provada e nenhum processo apresentado pela equipa de Trump concluiu numa acusação favorável ao presidente.
Na sequência dos incidentes, morreram pelo menos sete pessoas: quatro manifestantes e três polícias (um deles suicidou-se após o ataque). Cerca de 150 agentes de autoridade foram feridos.
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