Maryanne Braverman nasceu numa época em que os jovens não tinham tanta liberdade e em que eram os pais, muitas vezes, que ditavam as regras sobre o seu futuro.
Assim, embora a dada altura, prestes a concluir o ensino secundário, tenha pensado em ser cientista ou farmacêutica, a norte-americana acabou por seguir um caminho bem diferente, conta a People.
O maior sonho da sua mãe era que uma das suas filhas fosse freira e Maryanne viu nesta possibilidade a única forma "de escapar" das regras dos pais, que na altura ditavam que esta viveria sobre a sua alçada "até se casar".
"Foi nesta época que cresci", diz a mulher de 77 anos, lembrando que ingressou num convento com 17.
Maryanne recorda que os seus dias eram passados a rezar e a trabalhar numa comunidade de apoio a mães e jovens delinquentes. Apesar de reconhecer que nunca se sentiu totalmente comprometida com a causa religiosa, revela que se sentia feliz a ajudar os outros.
“Adorava o trabalho, adorava as pessoas com quem trabalhava. Era tudo bom”, recorda. Depois, foi-lhe oferecido um trabalho administrativo dentro da ordem. Candidatava-se a subsídios para gerir os programas e tratava dos salários dos funcionários. Foi nessa altura que Braverman decidiu encontrar-se com um terapeuta para discutir o seu futuro.
"Acredito muito na terapia porque acho que à medida que falamos, respondemos às nossas próprias questões", diz, lembrando que foi aí que começou a interrogar-se sobre a possibilidade de "deixar a comunidade e trabalhar num escritório. Há muitos escritórios neste mundo".
Este pensamento foi o que deu início a uma revolução na sua vida e que culminou com a mulher a abandonar o convento e a arranjar emprego como administrativa numa Sociedade de Advogados.
A sua saída não foi complicada, admite, até porque a congregação não queria que houvesse pessoas que não se identificassem na totalidade com a sua ideologia.
Depois disso e gradualmente, a mulher afastou-se da igreja e curiosamente acabou por casar com um homem, que apesar de não ser muito religioso, era judeu.
Sobre os 10 anos da sua vida que passou ligada à Igreja, Maryanne diz que não culpa a mãe pela sua decisão e que consegue compreender que, numa época em que as mulheres tinham pouca liberdade, a sua mãe depositasse tanta importância no único sitio a que ia todos os dias: a Igreja.
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