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Covid-19. Estimativa da OMS aponta para 13 a 17 milhões de mortos em 2021

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 13 a 17 milhões de pessoas morreram devido à covid-19 ou ao seu impacto nos sistemas de saúde até ao final de 2021, um número que ultrapassa muito o oficial.

Covid-19. Estimativa da OMS aponta para 13 a 17 milhões de mortos em 2021
Notícias ao Minuto

14:06 - 05/05/22 por Lusa

Mundo Pandemia

Este número dá uma ideia mais realista dos efeitos devastadores -- inclusive indiretos -- da pior pandemia do século, que continua a provocar milhares de mortes todas as semanas, avançou a organização em comunicado.

"Novas estimativas da Organização Mundial da Saúde [OMS] mostram que o número total associado direta ou indiretamente à pandemia de covid-19 entre 1 de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2021 é de aproximadamente 14,9 milhões de mortes (um intervalo de entre 13,3 e 16,6 milhões)", concluíram os analistas da organização.

Os números compilados pela OMS a partir da informação disponibilizada pelos países-membros desde o início da pandemia indicavam um total de 5,4 milhões de mortes no período em causa, mas a OMS tem avisado que esse cenário estava altamente abaixo da realidade.

Mesmo os valores avançados pela Universidade Johns Hopkins apontam para pouco mais de 6 milhões de mortes causadas pelo novo coronavírus até o momento.

"Estes dados preocupantes ressaltam não apenas o impacto da pandemia, mas também a necessidade de todos os países investirem em sistemas de saúde mais resilientes, que possam sustentar serviços essenciais de saúde durante crises, incluindo sistemas de informação de saúde mais fortes", defendeu o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A nova estimativa foi calculada tendo em conta a diferença entre o número real de mortes e o número de mortes estimado na ausência de uma pandemia, com base nas estatísticas existentes.

A diferença inclui tanto as mortes causadas diretamente pela doença como aquelas causadas indiretamente pelo impacto da pandemia nos sistemas de saúde e na sociedade em geral.

A OMS lançou um alerta máximo sobre a covid-19 em 30 de janeiro de 2020, algumas semanas após terem sido detetados os primeiros casos na China, no final de 2019.

As causas indiretas de morte ligadas à covid-19 podem dever-se, nomeadamente, a estruturas de saúde sobrecarregadas e forçadas, a adiar procedimentos cirúrgicos ou sessões de quimioterapia de doentes com cancro.

Segundo a OMS, a maioria das mortes da nova estimativa (84%) aconteceu no sudeste asiático, Europa e Américas, sendo que só os primeiros 10 países da lista registaram maior mortalidade são responsáveis por 68% do total da diferença do número de mortos.

Os países mais ricos foram responsáveis por 15% da diferença do número de mortes, enquanto os países de rendimento médio alto apresentaram mais 28% de mortos do que os números oficiais e os de rendimento médio baixo mais 53%. Os países mais pobres foram responsáveis por mais 4%.

O número global de mortes foi maior entre os homens do que entre as mulheres - 57% homens, 43% mulheres - e maior entre os idosos.

"Medir o excesso de mortalidade é um fator essencial para entender o impacto da pandemia", explicou a responsável pelo novo estudo da OMS, Samira Asma.

Informações mais confiáveis permitem que os decisores preparem melhor o terreno para limitar o impacto de crises futuras, acrescentou.

"Estas novas estimativas são baseadas nos melhores dados disponíveis, produzidos a partir de uma metodologia sólida e uma abordagem completamente transparente", adiantou ainda.

O assunto é extremamente sensível devido às repercussões políticas destes números, já que mostram a qualidade da gestão da crise pelas autoridades.

A OMS explicou ter contado com um grupo de especialistas reconhecidos nas suas áreas para desenvolver uma metodologia que permitisse extrapolar em casos em que os dados são insuficientes ou incompletos.

A covid-19 é uma doença respiratória provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.

Leia Também: Covid-19. Governo prolonga situação de alerta até 31 de maio

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