Reino Unido e Japão celebram acordo de defesa para colaboração militar
As Forças Armadas do Reino Unido e do Japão vão aumentar a colaboração em treinos, exercícios conjuntos ou no auxílio em desastres, ao abrigo de um acordo de defesa celebrado esta quinta-feira entre os dois países.
© Getty Images
Mundo Colaboração
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recebeu esta quinta-feira em Downing Street o homólogo japonês, Fumio Kishida, e elogiou a "postura forte" do Japão "contra a agressão russa na Ucrânia.
Boris Johnson apontou ainda semelhanças entre o conflito na Ucrânia e a situação de segurança na Ásia.
"Há uma leitura direta das ações de poderes autocráticos e coercivos na Europa face ao que pode acontecer no leste da Ásia. É preciso trabalharmos mais em conjunto", vincou o chefe do governo britânico.
O gabinete do primeiro-ministro do Reino Unido salientou que o acordo de defesa permitirá que as Forças Armadas dos dois países serem mobilizadas para treinos, exercícios conjuntos e ajuda em desastres.
Os chefes de governo concordaram que "as democracias ao redor do mundo precisam de permanecer unidas contra os regimes autoritários", referiu Downing Street em comunicado.
A primeira visita oficial de Fumio Kishida ao Reino Unido como primeiro-ministro ficou marcada pelos voos de exibição de três aviões da Royal Air Force em Londres.
O Japão é uma das nações que condenou a invasão russa da Ucrânia, que se juntou aos estados ocidentais na imposição de sanções contra Moscovo e forneceu capacetes e outro material militar não letal a Kiev.
Tóquio receia que o conflito na Europa possa ter um impacto no leste asiático, onde as Forças Armadas da China se tornaram cada vez mais assertivas e ameaçam unir Taiwan à força, se necessário.
Por seu lado, o Reino Unido tem demonstrado uma inclinação para o Indo-Pacífico na sua política externa, desde a saída da União Europeia (UE) em 2020 e vê o Japão como o seu principal aliado no leste asiático.
Para Chris Hughes, professor de política internacional e estudos japoneses da Universidade de Warwick, a visita de Kishida "vai consolidar ainda mais uma 'quase aliança' entre o Reino Unido e o Japão, que tem vindo a ser trabalhada na última década ou mais".
Londres deverá anunciar em breve a nomeação de Greg Clarck como o novo enviado comercial para o Japão, numa fase em que o Reino Unido negoceia a entrada no Acordo Progressivo e Abrangente para a Parceria Transpacífica (CPTPP).
Japão e Reino Unido estão entre os 14 países que enviaram tropas em agosto para o exercícios militares anuais entre os exércitos indonésio e norte-americano no arquipélago de Sumatra e na ilha de Bornéu, num momento de aumento de tensões com Pequim no mar da China Meridional, uma área para transporte comercial, a maior parte da qual é reivindicada pela China.
O Reino Unido também celebrou com os Estados Unidos e a Austrália um pacto de segurança, Aukus, na zona do Indo-Pacífico, que visa combater a influência da China.
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