"A restauração de terras degradadas é fazível, por vezes com baixo custo, e os investimentos na reparação dessas terras é economicamente rentável, tecnicamente fazível, socialmente desejável e, claro, ecologicamente benéfico", disse o secretário executivo da 15.ª Conferência das Partes (COP15) da Convenção das Nações Unidas para Combater a Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês), Ibrahim Thiaw, que hoje arrancou em Abidjan.
Corroborando a ideia, o presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, destacou que, "segundo estudos da UNCCD, cada dólar investido na restauração de terras pode gerar entre 7 ae30 dólares", cerca de 94 cêntimos de euros para 6,6 a 28,4 euros.
"Assim, para o setor privado, investir na restauração dos ecossistemas é uma aposta lucrativa", argumentou o chefe de Estado, que antes já tinha alertado que o país podia perder toda a floresta até 2050 se a situação de desertificação se mantiver.
Na mesma linha, a sub-secretária-geral das Nações Unidas, Amina Mohammed, avisou que são necessários "investimentos em grande escala" para ajudar os países que mais precisam, e o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, disse que esta conferência é "um apelo urgente aos governos para que invistam de forma massiva em projetos de grande escala de recuperação dos ecossistemas".
Com o tema "Terra, Vida, Legado, da escassez à prosperidade", a COP 15 realiza-se até 20 de maio para impulsionar a gestão sustentável do solo terrestre, reunindo chefes de Estado e de Governo, líderes do setor privado, cientistas e organizações não governamentais de 196 países, segundo a agência espanhola de notícias, a Efe.
Entre as temáticas e as negociações que decorrem desde hoje em Abidjan, estão a luta contra a desertificação, a degradação e restauração da terra, a seca e a resiliência, a crise climática, a perda de biodiversidade, a igualdade de género e o envolvimento dos jovens, entre outras.
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