Trump joga a sua influência nas 'Midterms' em apoio a dois candidatos

Os candidatos à nomeação republicana têm em comum o apoio do ex-presidente e uma chuva de críticas, desde assédio sexual ao apoio ao ataque no Capitólio.

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Hélio Carvalho
10/05/2022 18:15 ‧ 10/05/2022 por Hélio Carvalho

Mundo

Estados Unidos da América

A corrida às 'Midterms' (ou eleições intercalares, em português) do lado Republicano continua a ser protagonizada pelo apoio do antigo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a candidatos um pouco por todo o país. Esta terça-feira, os dois candidatos apoiados por Trump no Nebraska e na Virgínia Ocidental procuram vencer as primárias no partido conservador, e manter a influência de Trump no Congresso.

Pelo menos um candidato de Trump garantiu o seu lugar nas eleições intercalares de novembro: no Ohio, o autor conservador JD Vance (escritor do livro 'Hillbilly Elegy', que deu origem ao filme de 2021) irá disputar o renhido lugar de senador contra o democrata Tim Ryan, depois de uma campanha mediatizada a nível nacional.

Mas se Alex Mooney e Charles Herbster são menos conhecidos, não deixam de espelhar o tradicional candidato à Trump, e o ex-presidente apostou publicamente as suas fichas neles.

Mooney tenta segurar o seu assento na Câmara dos Representantes, pelo estado do Virgínia Ocidental, numa eleição particularmente invulgar: depois de registar um decréscimo populacional e de ser alvo de uma reconfiguração política, o estado vai eleger apenas dois representantes, em vez de três. Dois desses representantes, Mooney e o outro republicano, David McKinley, lutam neste jogo de cadeiras para ver quem irá competir contra o candidato democrata em novembro.

Já no Nebraska, um estado profundamente republicano, o empresário Charles Herbster tenta ser o candidato republicano a governador, contra Jim Pillen, que é apoiado pelo atual governador, e Brett Lindstrom, senador no congresso estatal.

Acusações de assédio sexual e ataque ao Capitólio marcam corrida

O que Mooney e Herbster têm em comum, além do importantíssimo e influente apoio do ex-presidente, é um mar de acusações de assédio sexual, polémicas com o ataque ao Capitólio e críticas por falta de filiação ao estado no qual concorrem.

Começando por Alex Mooney. Segundo a NBC, o político fez grande parte da sua carreira política noutro estado, no Maryland, e só passou a concorrer pela Virgínia Ocidental em 2014. A campanha do seu rival, David McKinley, acusou o apoiado por Trump de ser uma "prostituta política", por ter várias investigações éticas pendentes e por saltitar de estado para estado.

Donald Trump venceu no Virgínia Ocidental em 2020, e Mooney chegou a boicotar as eleições quando Trump as considerou roubadas (algo que foi sempre considerado como falso pelas autoridades oficiais), votando contra a criação de uma comissão de inquérito no Congresso nacional.

O rico empresário Charles Herbster tem a vida mais dificultada. Além da sua corrida ser mais disputada, o jornal regional Nebraska Examiner noticiou que oito mulheres acusam Herbster de as assediar, apalpar, tentar despir e beijá-las sem o seu consentimento.

A notícia foi aproveitada pela campanha de Jim Pillen, que criticou o passado do adversário como jurado em concursos de beleza como um exemplo dos seus ataques a jovens mulheres e adolescentes.

Charles Herbster negou as acusações e comparou-se a Brett Kavanaugh, o juiz no Supremo Tribunal, nomeado por Trump, cuja confirmação ficou marcado por várias acusações de violação e assédio. E o antigo presidente também defendeu o seu candidato, argumento que este é "um bom homem e é inocente destas acusações terríveis". 

Segundo o site FiveThirtyEight, Mooney gastou mais de cinco milhões de dólares na sua campanha e as sondagens parecem justificar o investimento, com o pupilo de Trump a conquistar 48% das intenções de voto nas primárias, contra 33% de McKinley. Para Herbster, a corrida está mais renhida, e o empresário tem 24% nas sondagens, atrás dos 28% do senador estatal Brett Lindstrom e empatado com Jim Pillen.

Leia Também: Trump apoia 'Dr. Oz' na corrida ao Senado norte-americano

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