O vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Ryabkov, reiterou, esta segunda-feira, que a adesão da Finlândia e da Suécia à NATO será um erro com amplas consequências que Moscovo não tolerará.
"É um grave erro adicional cujas consequências podem ser consideráveis", começou por dizer o responsável, segundo a agência russa Interfax.
"O facto de que a segurança da Suécia e da Finlândia não será reforçada por esta decisão é muito claro para nós", acrescentou, considerando que aqueles países "não devem ter ilusões de que simplesmente toleraremos [a sua entrada na NATO]".
"O nível geral de tensão militar aumentará, a previsibilidade nessa esfera diminuirá. É uma pena que o bom senso esteja a ser sacrificado por uma 'medida fantasma' sobre o que deve ser feito nesta situação em desenvolvimento", rematou, citado pela Reuters.
Recorde-se que a Finlândia anunciou no domingo pretender aderir à NATO, alargando, assim, a aliança militar ocidental, que conta com 30 membros, numa resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia. O anúncio foi feito pelo presidente finlandês, Sauli Niinistö, numa conferência de imprensa conjunta com a primeira-ministra, Sanna Marin.
Por sua vez, o presidente russo, Vladimir Putin, qualificou no sábado a candidatura da Finlândia como "um erro", avisando de que será forçado a tomar medidas de retaliação, "tanto técnico-militares como outras", se o país aderir à NATO.
Durante uma conversa telefónica com o seu homólogo finlandês, Putin terá sublinhado que o fim da neutralidade militar da Finlândia seria um "erro, já que não existe qualquer ameaça à segurança da Finlândia", segundo um comunicado do Kremlin.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar na Ucrânia já matou mais de três mil civis, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que alertam para a probabilidade de o número real ser muito maior.
O conflito causou ainda a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de seis milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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