Vadim Shishimarin, o soldado russo de 21 anos acusado de crimes de guerra na Ucrânia, declarou-se culpado, avança a Sky News. Em causa está o homicídio de um homem de 62 anos, na região de Chupakhivka, em Sumy, a 28 de fevereiro.
Perante o tribunal, o soldado terá admitido a culpa pelo homicídio.
Caso seja condenado, Shishimarin enfrenta uma pena de prisão perpétua. Contudo, antes de o veredito ser revelado, serão ainda ouvidos os depoimentos das testemunhas, incluindo da esposa da vítima e de um dos soldados que seguia no veículo com Shishimarin.
Os dados recolhidos pela procuradora-geral ucraniana, Iryna Venediktova, indicam que o crime ocorreu depois de o sargento e os seus colegas terem fugido, após dispararem contra um carro particular e o roubarem.
Já em Chupakhivka, viram um homem de bicicleta, a falar ao telefone. Shyshimarin foi, então, instruído para o matar, alegadamente de forma a impedir que este comunicasse a localização das tropas russas às autoridades ucranianas. Assim, o soldado disparou a sua Kalashnikov através de uma janela aberta da viatura, atingindo a vítima na cabeça.
O primeiro julgamento de crimes de guerra relacionado com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia teve início no dia 13 de maio, tendo sido retomado esta quarta-feira.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar na Ucrânia já matou mais de três mil civis, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
O conflito causou ainda a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de seis milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
[Notícia atualizada às 14h02]
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