"A Áustria é neutral e vai permanecer neutral", indicou na terça-feira o chanceler austríaco Karl Nehammer durante uma visita a Praga, onde manteve conversações com o seu homólogo e primeiro-ministro checo, Petr Fiala. "Para a Áustria, esta questão não se coloca de momento. Também temos uma história diferente em relação à Suécia e Finlândia".
No entanto, indica o 'site' Euroactiv, analistas e políticos da oposição estão a questionar a longa tradição de neutralidade da Áustria, que remonta ao período da Guerra Fria, iniciada no final de década de 1940.
Na sequência do pedido da Finlândia e Suécia para se juntarem à NATO, cerca de 50 especialistas na área da segurança e diplomatas apelaram ao Governo para manter no centro dos debates a política de segurança da Áustria, ao argumentarem que a invasão militar da Ucrânia pela Rússia coloca em questão o estatuto de neutralidade.
"É uma insensatez não debater que género de política de segurança deve prevalecer na Áustria", indicou em mensagem no Twitter Beate Meinl-Reisinger, dirigente da formação de direita A Nova Áustria e o Fórum Liberal (NEOS).
No entanto, a ministra da Defesa austríaca, Klaudia Tanner, considerou não ser necessária uma discussão sobre neutralidade pelo facto de estar consagrada na Constituição austríaca.
"Para a Áustria, e do ponto de vista constitucional, a situação é muito clara pelo facto de sermos neutrais, ao contrário da Suécia e Finlândia que são não-alinhados", disse na terça-feira.
Uma opinião contrária à emitida por Klaudia Tanner também foi manifestada por jornalistas, na sequência de uma reportagem da televisão pública ORF que questionava a ministra por recusar um debate nacional sobre a neutralidade do país, e considerar "espantoso que na Áustria nem sequer decorra um debate" sobre esta questão.
Meinl-Reisinger também se juntou a estas vozes, ao considerar tratar-se de uma "questão de segurança" para o país, indicou o Euroactiv.
"Trata-se de novas situações de ameaça, e o ÖVP, mas também o SPÖ, os Verdes e o FPÖ estão a enterrar a cabeça na areia", numa referência aos principais partidos do país, incluindo o Partido Popular Austríaco (ÖVP, conservador) do chanceler Karl Nehammer.
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