Volodymyr Zelensky assumiu esta posição na conferência conjunta com o primeiro-ministro português, António Costa, depois de interrogado sobre a possibilidade de beneficiar de um estatuto especial de integração no mercado livre europeu, em vez de se sujeitar a um complexo e longo processo de adesão à União Europeia.
"A adesão à União Europeia será um sinal muito importante para o nosso povo. A via alternativa acaba por constituir não um compromisso, mas um compromisso com os russos, uma cedência às pressões" do regime de Moscovo, alegou o chefe de Estado ucraniano.
Neste ponto, Zelensky referiu-se aos países europeus que se colocaram sob dependência energética da Rússia e que "acreditaram em compromissos" com o Kremlin.
"Viu-se agora como não foram cumpridos esses acordos, em que situação esses países ficaram e qual a base de confiança dos compromissos com a Rússia", apontou.
Volodymyr Zelensky pegou também no argumento segundo o qual os processos de adesão à União Europeia, como o de Portugal, demoraram muitos anos a concretizarem-se e que a Ucrânia precisa de soluções urgentes.
Zelensky contrapôs que esses países atravessaram em paz esse processo de espera até à plena adesão.
"A Ucrânia está a percorrer esse caminho de adesão à União Europeia em guerra, com perda de muitas vidas humanas. Não pode haver comparação", sustentou.
Logo na sua intervenção inicial, Volodymyr Zelensky deixou a mensagem de que "acredita que Portugal vai apoiar a candidatura da Ucrânia à União Europeia".
E, tendo ao seu lado António Costa, deixou mesmo um dado inesperado sobre uma alegada recetividade da sociedade portuguesa a essa aspiração de Kyiv: "Fiquei satisfeito por saber que 87% dos portugueses apoiam a adesão da Ucrânia à União Europeia".
Leia Também: Joe Biden aprova apoio de 40 mil milhões de dólares a Kyiv