Os colombianos participaram, por convite, no grupo de contacto promovido pelos Estados Unidos e destinado a fortalecer as capacidades militares de Kiev.
O ministro da Defesa da Colômbia, Diego Molano, explicou que o seu país recebeu um requerimento, por parte da NATO, para "fornecer treino às Forças Armadas ucranianas em desarmamento de minas".
A Colômbia é especialista nesta matéria devido ao seu conflito armado, noticia a agência Efe.
Diogo Molano salientou que a exigência foi feita tendo em conta "a longa história" das Forças Armadas colombianas na desminagem militar humanitária e porque o país, que é parceiro global da NATO, tem um centro de treino de desminagem militar em Tolemaida, base militar perto de Bogotá, "com grande experiência em capacidades e inteligência".
O governante acrescentou que toda a experiência será colocada ao serviço dos militares ucranianos, que vão receber formação de 11 engenheiros militares colombianos, que se deslocarão para um país membro da NATO, perto da Ucrânia.
"O objetivo deste esforço é que, como aconteceu na Colômbia, a desminagem militar liberte os municípios deste flagelo da guerra, mas ao mesmo tempo que evite que mais vidas sejam afetadas no futuro", enfatizou.
A Ucrânia precisará de cinco a sete anos, de acordo com as previsões mais otimistas, para limpar todo o seu território de minas e munições não detonadas, salientou, no sábado, o vice-ministro do Interior daquele país, Meri Akopyan.
"Estimamos que cerca de 300 mil quilómetros quadrados de território estão afetados [por minas]. Isso é dezenas de vezes mais do que a realidade internacional. Se nos basearmos no fato de que um dia de combate ativo equivale a 30 dias de desarmamento de minas, segundo as previsões mais otimistas, precisaremos entre 5 a 7 anos para a desminagem total", apontou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra na Ucrânia, que completa na terça-feira três meses, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas das suas casas -- cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,1 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945).
Também as Nações Unidas disseram que cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.