De acordo com a análise do Comité de Negócios Estrangeiros, divulgada hoje em Londres, a saída britânica do Afeganistão ficou marcada por "falhas" admitindo que se "perderam vidas" na altura em que foram levadas a cabo as operações de retirada, quando os talibãs se apoderaram do país (15 de agosto de 2021).
Um porta-voz da diplomacia britânica disse que vai posteriormente responder às questões da comissão parlamentar.
Os deputados demonstraram-se críticos ao indicar que o anterior ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, se "encontrava de férias" quando as forças talibãs tomaram a cidade de Cabul.
"O facto de os principais responsáveis do Ministério dos Negócios Estrangeiros se encontrarem de férias quando Cabul caiu demonstra uma falta de seriedade, controlo e liderança num momento de emergência nacional", criticou a comissão.
David Lemy, porta-voz para os assuntos externos do Partido Trabalhista, na oposição, disse que o relatório destaca o alcance da "incompetência, a preguiça e a má gestão por parte do executivo".
"O governo conservador defraudou gravemente a reputação do Reino Unido no mundo e os responsáveis por esta calamidade devem prestar contas", disse Lemy aos jornalistas.
A retirada da coligação internacional do Afeganistão, liderada pelos Estados Unidos, terminou no final do mês de agosto do ano passado, depois de 20 anos de intervenção militar, na qual Portugal também participou.
Após os ataques contra os Estados Unidos, a 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos iniciaram a invasão do país apoiados por uma coligação internacional.
Em 2014, os Estados Unidos e o Reino Unido terminaram as missões de combate no terreno passando a treinar as forças do Exército Nacional Afegão (ANA) e a reduzir o contingente presente no Afeganistão.
No mês de fevereiro de 2020, os talibãs e os Estados Unidos firmaram um acordo sobre a retirada, durante a Administração de Donald Trump e um ano depois o Presidente Joe Biden pôs em execução o tratado.
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