A população de Kharkiv, a segunda maior ucraniana a seguir à capital, saiu esta terça-feira dos abrigos subterrâneos para deixar passar o metropolitano. O serviço voltou a circular pelos túneis de Kharkiv, depois de três meses de bombardeamentos constantes.
Em entrevista à Reuters, o autarca da cidade, Ihor Terekhov, afirmou que a recente retirada de tropas russas da periferia da cidade permitiu a reabertura do metro.
À semelhança do que aconteceu em Kyiv, as forças ucranianas conseguiram aguentar o cerco russo e reprimiram a invasão. Kharkiv foi uma das cidades mais bombardeadas desde o início da guerra a 24 de fevereiro, devido à sua proximidade com a fronteira russa, a norte, e o Donbass, a leste.
Segundo a Sky News, os russos foram obrigados a retirar para longe da periferia de Kharkiv, que fica assim fora do alcance do fogo de artilharia terrestre.
No entanto, nem todos os habitantes estão tranquilos com a situação. À Reuters, uma residente de Kharkiv, Nataliia Lopanska, contou que passou os últimos três meses abrigada numa carruagem parada e admite que as pessoas "continuam muito assustadas" com a possibilidade de um ataque aéreo.
Ainda assim, a reabertura do metro de Kharkiv soma-se à lista de símbolos da resistência ucraniana, um ligeiro retomar à normalidade quotidiana no meio do conflito.
A guerra na Ucrânia já fez quase 4.000 mortos entre a população civil, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a instituição alerta que o número real de mortos poderá ser muito superior, tendo em conta as dificuldades em contabilizar baixas em cidades sitiadas ou tomadas pela Rússia.
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